Uma pesquisa brasileira recente estimou que cerca de 59,5% dos casos de demência poderiam estar associados a fatores modificáveis, como sedentarismo, isolamento social, depressão ou doenças crônicas (como hipertensão e diabetes).
Continua depois da publicidade
Nesse contexto, o psiquiatra José Luis Leal, do Grupo Kora Saúde, afirma que é possível agir para proteger o cérebro. Em entrevista à Agência, ele explica os pilares para manter a mente saudável com o envelhecimento.
Exercício físico e força muscular: aliados do cérebro
Para Leal, o fortalecimento muscular e a atividade física regular são fundamentais na prevenção da demência e a ciência confirma.
Ele aponta que existe relação direta entre perda de massa muscular e declínio cognitivo, e que “à medida que ganho musculatura, eu também ganho reserva cognitiva, ganho memória”.
Continua depois da publicidade
Um estudo recente da Fapesp demonstrou que idosos com comprometimento cognitivo leve que praticaram musculação por seis meses apresentaram preservação de regiões cerebrais importantes, sugerindo que a musculação protege o cérebro de idosos contra demências
No entanto, ressalta o especialista, quanto mais completo o exercício, combinando força, resistência, flexibilidade e psicomotricidade, maior o benefício para a mente.
Alimentação, sono e estilo de vida: os pilares contra a demência
A alimentação tem papel importante, de acordo com o psiquiatra. Ele recomenda uma dieta equilibrada, com predominância de alimentos naturais, evitando ultraprocessados, açúcares e excesso de sódio, fatores que aumentam o risco de demência por favorecer diabetes, hipertensão e inflamação crônica.
Continua depois da publicidade
Outro ponto essencial é o sono. Dormir bem, cerca de oito horas por noite, é visto pelo psiquiatra como “prioridade”. Ele explica que dormir menos que cinco horas diárias de forma frequente eleva riscos cardiovasculares e musculares, o que pode comprometer também a saúde do cérebro.
Além disso, manter bons relacionamentos sociais, evitar o isolamento, controlar o estresse e fugir de vícios como álcool e nicotina são atitudes que reforçam a proteção cerebral.
O especialista lembra que o equilíbrio entre corpo e mente, bem como a manutenção de um intestino saudável (com microbioma equilibrado), também contribuem para a preservação cognitiva.
Continua depois da publicidade
Detecção precoce e ajuste de hábitos: nunca é tarde para começar
Para Leal, a detecção precoce de sinais de declínio cognitivo e a adoção rápida de hábitos saudáveis podem fazer a diferença, até mesmo para quem tem predisposição genética.
Ele afirma que, em alguns casos, a correção de estilo de vida “pode reverter o quadro; na pior das hipóteses, conseguimos inibir ou retardar a progressão do declínio.”
Combinando exercícios, alimentação adequada, sono, vida social ativa e redução do estresse, é possível aumentar a “reserva cognitiva” e dar ao cérebro mais capacidade de lidar com os desafios do envelhecimento, um dos pilares da chamada medicina do estilo de vida.
Continua depois da publicidade
Por que vale a pena investir na prevenção
Segundo levantamento recente da Faculdade de Medicina da USP, fatores como sedentarismo, isolamento social, depressão, hipertensão e diabetes, condições que podem ser modificadas, estão por trás de quase 60% dos casos de demência.
Adotar hábitos saudáveis não traz apenas benefícios para o corpo: também reduz o risco de declínio cognitivo e melhora a qualidade de vida. Como ressalta o psiquiatra do Grupo Kora, “Hoje sabemos que existe uma relação direta entre perda muscular e declínio cognitivo, inclusive no desenvolvimento de demências”.
Para quem espera envelhecer com autonomia e saúde mental, esses cuidados com corpo, mente e estilo de vida podem fazer toda a diferença.
Continua depois da publicidade
Esqueça o foco só nas fibras: descoberta muda o tratamento da prisão de ventre e banha de porco é vilã ou mocinha? Médico esclarece polêmica antiga e compara com óleos vegetais.
