É um clichê, mas verdadeiro: prevenir é sempre melhor e mais barato do que remediar. No universo automotivo, esse mantra não significa apenas seguir o plano de revisões da concessionária, mas sim adotar uma postura de observação ativa no dia a dia. Para o motorista atento, o carro não é apenas uma máquina silenciosa, mas um conjunto de peças que “conversam” por meio de sinais vitais.

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manutenção preventiva é o pilar da longevidade veicular, mas a chave é a antecipação. Neste texto, detalhamos os cinco principais sinais que todo motorista deve aprender a reconhecer e interpretar, transformando a condução diária em uma verdadeira ronda de inspeção.

O som do alerta do carro

O ruído é, talvez, o sinal mais óbvio de que algo está errado. No entanto, é preciso saber distinguir o “normal” do “anormal”.

  • Rangidos ao frear: Se o pedal do freio produz um rangido agudo, metálico e repetitivo, é o famoso indicador de desgaste das pastilhas agindo. Ignorá-lo significa danificar os discos de freio, elevando os custos de reparo e, principalmente, colocar em risco a segurança.
  • Barulho de motor irregular: Um tec-tec-tec vindo do motor pode ser sinal de lubrificação inadequada ou problemas nas válvulas. Já um barulho estridente, especialmente ao ligar o carro ou acelerar, costuma indicar uma correia (dentada ou de acessórios) frouxa ou desgastada, o que pode levar a um superaquecimento ou falha grave.
  • Estalos em manobras: Se você escuta estalos ao girar o volante em manobras, procure uma oficina imediatamente. Pode ser um sinal de desgaste nas juntas homocinéticas, um componente crucial da transmissão.

Leia mais: Aprenda a identificar os sinais de que o motor do carro está com problemas

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As luzes do painel

O painel de instrumentos é o check-list diário do carro. A maioria das luzes acende brevemente ao ligar o motor, mas se persistirem, são sinais urgentes que não podem ser ignorados.

  • Luz do óleo (o “chaleira”): se ela acender enquanto você dirige, pare o carro imediatamente e desligue o motor. Ela indica que a pressão do óleo está baixa, o que significa que o motor não está sendo lubrificado, correndo risco de fundir em poucos minutos.
  • Luz da bateria: muitas vezes é mal interpretada. Ela não indica que a bateria está “fraca”, mas sim que o sistema de carregamento não está funcionando, geralmente por falha no alternador. O carro está rodando apenas com a carga restante da bateria, e ela se esgotará em breve.
  • Luz da injeção eletrônica (o “motorzinho”): embora possa indicar desde um problema simples na tampa do combustível até falhas complexas no catalisador, ela deve ser investigada com urgência, pois afeta diretamente o consumo de combustível e a emissão de poluentes.

Aprenda a identificar as luzes do painel do carro

O volante

A direção do carro deve ser suave, firme e previsível. Qualquer alteração nesse comportamento é um indicativo de problemas na suspensão, alinhamento ou pneus.

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  • Volante puxando para um lado: é o sinal clássico de que o veículo necessita de um alinhamento. Isso não só prejudica a dirigibilidade, mas acelera o desgaste irregular dos pneus.
  • Vibrações excessivas: se as vibrações são sentidas no volante, o problema costuma estar no balanceamento das rodas. Se a trepidação ocorre no chassi, pode indicar algo mais sério na suspensão ou em pneus danificados.

A condição dos pneus

Os pneus são o único ponto de contato do veículo com o chão. O cuidado com eles é, portanto, diretamente proporcional à segurança.

  • Desgaste irregular: se a banda de rodagem estiver mais gasta nas bordas do que no centro (ou vice-versa), isso aponta para problemas de pressão incorreta. O desgaste irregular de apenas um lado indica alinhamentoseveramente comprometido.
  • Atenção ao TWI: o Tread Wear Indicator (TWI) é uma pequena elevação que fica nos sulcos do pneu. Se a banda de rodagem estiver nivelada com o TWI, o pneu atingiu o limite legal de segurança e precisa ser substituído imediatamente.

Cheiros suspeitos no carro

O cheiro é um dos sentidos menos usados, mas um dos mais importantes na detecção de falhas.

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  • Cheiro de queimado (borracha ou plástico): Pode indicar que algum componente elétrico está superaquecendo ou que correias estão deslizando.
  • Cheiro doce: Este aroma, que lembra um xarope, é tipicamente o líquido de arrefecimento (antifreeze) vazando. É um sinal de superaquecimento iminente do motor.
  • Cheiro de gasolina: Nunca é normal. Indica um vazamento no sistema de combustível que é perigoso não apenas para o carro, mas para a segurança de todos.

Atenção é a chave

Adotar a mentalidade de “detetive” automotivo não exige conhecimento mecânico aprofundado, mas sim curiosidade e consistência. A cada ruído estranho, vibração inesperada ou luz acesa, o carro está oferecendo uma pista. O investimento de tempo na observação atenta é a melhor apólice de seguro contra panes caras e, mais importante, contra riscos na estrada.

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