O deputado federal Eduardo Bolsonaro e o influenciador Paulo Figueiredo foram denunciados por tentativa de coação no curso do processo que apura tentativa de golpe do grupo bolsonarista após as eleições de 2022. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), órgão máximo do Ministério Público Federal (MPF), e agora será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os próximos passos envolvem desde a decisão entre aceitar ou não a denúncia até o julgamento do caso em si.

Continua depois da publicidade

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo já haviam sido indiciados pelo crime de coação no curso do processo ao fim da investigação do caso pela Polícia Federal (PF), apresentada à PGR. A articulação da dupla nos Estados Unidos em busca de sanções do país ao Brasil como retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro motivaram a denúncia.

Veja histórico de Bolsonaro

Agora, a PGR decidiu dar sequência ao caso denunciando parte dos envolvidos. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, estava entre os indiciados, mas não foi denunciado ao STF neste caso, o que indica que o órgão responsável pela acusação não encontrou elementos que confirmassem a participação do ex-presidente nos atos.

Agora, caberá ao STF julgar se recebe ou não a denúncia apresentada contra os dois bolsonaristas que vêm atuando em defesa do grupo político de Bolsonaro a partir dos Estados Unidos. Caso rejeite a denúncia, o caso é arquivado. Se entenderem que a acusação tem os elementos necessários, uma ação penal é aberta no STF. Neste primeiro julgamento não há análise sobre o mérito do caso, se foram cometidos ou não os crimes, mas somente se há indícios de que possam ter sido praticados. Segundo informações do portal g1, a análise pode ser feita pela Primeira Turma, da qual faz parte o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, ou pelo plenário do STF.

Continua depois da publicidade

Em caso de aceitação da denúncia no STF, terá início a fase de instrução do processo, com coleta de provas, depoimentos de testemunhas e dos eventuais réus. Depois disso, a acusação e a defesa ganham prazo para apresentar as chamadas alegações finais, espécies de “resumo” dos fatos investigados no processo e dos argumentos usados para defender a condenação ou absolvição. Depois disso, é marcado o julgamento do caso, em que os ministros da Suprema Corte definem se os denunciados são culpados ou inocentes. Em caso de absolvição, o caso é arquivado. Se forem condenados, os ministros definem as penas dos envolvidos. Em todos as etapas do processo é possível apresentar embargos para contestar detalhes da decisão.

Leia também

PGR denuncia Eduardo Bolsonaro por coação em processo judicial

Eduardo Bolsonaro usou conta da esposa para esconder dinheiro recebido do pai, diz PF

Trocas de farpas e gratidão a Trump: o teor das mensagens encontradas no celular de Bolsonaro