O relatório da Polícia Federal que levou ao indiciamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) traz indícios de que ele teria utilizado a conta bancária da esposa, Heloísa, para esconder dinheiro recebido pelo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do g1.
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A ação teria ocorrido para evitar possíveis bloqueios de valores. Ainda segundo a PF, Bolsonaro teria realizado um processo semelhante com a esposa, Michelle Bolsonaro.
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O mesmo relatório em que constam essas informações, produzido pela PF, levou ao indiciamento de Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro por tentativa de obstrução no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado
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A PF alega que pai e filho “se utilizaram de diversos artifícios para dissimular a origem e o destino de recursos financeiros, com o intuito de financiamento e suporte das atividades de natureza ilícita do parlamentar licenciado no exterior”.
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A Polícia Federal identificou que Jair Bolsonaro transferiu mais de R$ 2 milhões ao filho que está morando nos Estados Unidos desde o começo do ano. Bolsonaro afirmou em depoimento à PF em junho que o valor teria sido enviado para o filho “não passar necessidades”.
Porém, os investigadores apontam que Bolsonaro “omitiu informação à Polícia Federal em seu depoimento (…) de que teria repassado outros valores.”
O relatório alega que além da transferência de R$ 2 milhões, Bolsonaro fez seis transferências para contas do filho ao longo do ano, somando R$ 111 mil.
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Depois de receber os R$ 2 milhões, Eduardo Bolsonaro teria realizado duas transferências diretas para contas de sua esposa, Heloísa Bolsonaro. A primeira aconteceu no dia 9 de maio, de R$ 50 mil, e a segunda, em 5 de junho, foi de R$ 150 mil.
A PF entende que Eduardo “utilizou a conta bancária de sua esposa como forma de escamotear os valores encaminhados por seu genitor, utilizando como conta de passagem, com a finalidade de evitar possíveis bloqueios em sua própria conta.”
Michelle e Bolsonaro
A Polícia Federal também identificou um repasse de R$ 2 milhões de Jair Bolsonaro para a conta da esposa, Michelle Bolsonaro, na véspera do depoimento que prestou à PF em junho.
Os investigadores afirmaram que “não houve qualquer justificativa” para a transferência de valores. Ainda segundo o relatório, as provas indicariam que Bolsonaro “atuou deliberadamente, de forma livre e consciente (…) com a finalidade de se desfazer dos recursos financeiros que tinha em sua posse imediata, bem como evitar possíveis medidas judiciais que limitassem e/ou impedissem de consumar o intento criminoso de apoiar financeiramente as ações do parlamentar licenciado [Eduardo] no exterior.”
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