Diferentes gerações irão se encontrar no próximo sábado (19), no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, para assistir ao show de Paul McCartney. Com mais de 1 bilhão de discos vendidos no século passado, os Beatles ainda figuram entre os mais tocados na plataforma de streaming do Spotify. Paul, de todos os integrantes, talvez seja quem melhor representa a “cola” que une esses fãs de idades diferentes: a capacidade da música de emocionar.

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Para o professor aposentado Henderson Speck, de 71 anos, os Beatles foram o início de sua paixão pela música, que já dura quase seis décadas. Ele começou a ouvir a banda quando era adolescente e estudava na antiga escola técnica de Florianópolis (atual Instituto Federal de Santa Catarina, o IFSC). No final de 1969, ganhou um violão de presente, que guarda até hoje, e aprendeu as músicas da banda favorita em partituras, compradas em bancas de jornal.

— Eu acho que sempre tive uma uma ligação com a arte, mas a música na minha opinião é realmente fundamental para todas as pessoas. Foi a partir dos Beatles que eu comecei a ter interesse realmente pela música — recorda Henderson, que mais tarde se tornou professor de Desenho Técnico na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Quando os ingressos para o show de Paul em Floripa começaram a ser vendidos, no dia 26 de junho, ele foi o primeiro a chegar na fila, às 6h da manhã. Esta será a sexta apresentação do ídolo que ele irá assistir. Desta vez, vai acompanhado do filho, e pretende levar um cartaz.

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— Na minha opinião, Paul é o maior gênio vivo atualmente. Junto com o John Lennon, ele fez mais de 200 composições. Fez quase 20 álbuns após a separação dos Beatles, até se aventurou na música clássica. Ele poderia só usufruir do que ganhou até hoje, né? Mas continua aí, com 82 anos, fazendo shows e sendo carismático. Esta talvez seja a última vez que eu vou ter a oportunidade de vê-lo.

Como vão funcionar os estacionamentos para show de Paul McCartney em Florianópolis

Veja fotos de Henderson e sua coleção dos Beatles

Portal para o passado

Para a jornalista Camila Latrova, de 44 anos, moradora de Florianópolis, Paul McCartney é uma forma de acessar recordações da infância. Ela lembra bem da primeira vez que ouviu os Beatles: quando era pequena, ela e sua mãe escutavam uma fita k7 com sucessos da banda dentro de um fusca de cor verde, durante a viagem de cerca de 40 minutos até a casa de sua avó.

— A música é um negócio muito bizarro, né? Porque eu tinha 9 anos, eu não sabia inglês. Eu ouvia In My Life e sentia aquela música. Aí depois eu fui aprendendo inglês, e fui entender as letras: “Ah, por isso que ele canta assim, é isso que ele fala”. Na adolescência, comecei a comprar meus próprios CDs, e fui me apaixonando de verdade.

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Nesta época, entre o final dos anos 1990 e início dos 2000, os Beatles já estavam separados há anos. Mas o lançamento do projeto Antologia — formado por um documentário, uma série de álbuns e um livro — reacendeu a “beatlemania”. Camila participou de fã-clubes e lembra que recebia fanzines por correio.

Ao longo dos anos, a paixão seguiu. Hoje, sua casa é toda decorada com referências aos Beatles. Ela aguarda ansiosa o show de Paul em Florianópolis, onde vive há mais de 20 anos. Em 2012, ela foi ao show, mas passou por uma experiência amarga.

— Eu tomei um golpe. Eu estava chegando no show junto com um amigo, e aí apareceu um homem de terno, usando um crachá. Achei que ele era da produção. Ele pediu para conferir o ingresso, mas neste momento, ele trocou o ingresso. Quando a gente chegou na roleta, os ingressos não passavam na catraca. Fiquei duas horas e meia sentada perto da catraca, chorando muito. Depois de muito desespero, a produção deixou a gente passar. Mas já tinha começado o show. E aí eu não curti nada, não tirei foto, não ficamos num lugar bom. Agora, quero ir para ficar de boa e curtir o show.

Veja a decoração na casa de Camila

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A fã número 1

Se há uma fã número 1 de Paul McCartney em Santa Catarina, é Sonia Regina Machado Machado. Moradora de Joinville, a professora de 69 anos também se chama de Sônia McCartney e já foi a 38 shows do ídolo. Ela irá às duas apresentações em São Paulo, neste fim de semana, e depois voltará para o concerto em Florianópolis.

— Eu sou aposentada, mas preciso trabalhar para fazer essas loucuras aí, né? Por exemplo, ano passado ele fez oito shows aqui no Brasil e eu fui nos oito. Não teve jeito, eu tive que ir. Quem me dera ir a todos fora também. Já fui pra Inglaterra, Escócia e Argentina — conta Sonia.

A paixão começou em 1964, quando Sonia ouviu Twist and Shout no rádio, e seguiu por toda a vida. Ela diz que chegou a gostar de outros artistas, mas nenhum chegou perto de desbancar Paul McCartney.

— Eu vou fazer 70 anos, mas perto do Paul, não deixei de ser aquela adolescente lá de trás. São 60 anos curtindo esse amor. Eu escrevia para ele nos meus cadernos, fazia um coraçãozinho, colocava o nome dele. Momentos que eu vivi e pelos quais tenho muita gratidão — recorda.

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Em 2012, Sonia assistiu ao show em Floripa, mas passou por alguns perrengues por conta da chuva que caiu no dia. Agora, ela se diz ansiosa para o próximo show.

— Estou bem feliz, até porque eu vou levar meu neto, que vai ver um Beatle pela primeira vez. Ele tem 16 anos e vai conhecer o vovô dele — brinca.

Veja fotos de Sonia em shows de Paul McCartney

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