O piloto do balão que caiu em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, demonstrou na prática a sua versão de como foi o acidente do último sábado (21). Nesta quinta-feira (26), ele foi ouvido pela Polícia Civil e Polícia Científica durante uma reconstituição da ocorrência. A equipe policial também encontrou vestígios que faltavam para a realização da perícia completa.
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De acordo com o delegado Rafael Chiara, responsável pelo inquérito policial, o relato foi fundamental para o avanço das investigações. Aline Marques, advogada de defesa do piloto contou ao NSC Total como foi a reconstrução e qual teria sido a dinâmica do acidente.
— Ele esclareceu que quando percebeu o foco do incêndio tentou fazer a contenção da situação, mas o extintor não funcionou. Como consequência ele tentou de outras formas conter o fogo, ele ficou na borda do balão tentando tirar o cilindro, colocando a sua vida em risco — argumenta a advogada.
Aline ainda complementou que ele explicou de forma detalhada como foi o momento do pouso para a saída dos 13 sobreviventes — incluindo ele. O profissional teria projetado o balão ao solo para os tripulantes deixarem o local.
— Ele instruiu os passageiros à se abaixarem para se proteger do impacto e posteriormente pularem do cesto. Com o toque do cesto no chão, algumas pessoas foram projetadas para fora, assim como aconteceu com o piloto, que estava na borda do balão, porque o local onde estava o fogo é onde ele opera, sendo inviável a permanência dele. Ele acabou sendo ejetado e por conta do fogo o balão subiu novamente — completa.
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Após subir, a aeronave foi danificada pelas chamas e posteriormente envelope e cesto se descolaram, causando uma queda. Quatro pessoas morreram ao saltarem do cesto e outras quatro foram carbonizadas.
Uma reconstrução completa da tragédia pode ser realizada na reta final das investigações.
Veja vídeo da reconstrução do acidente
Vestígios do balão encontrados auxiliam no laudo pericial
Polícia Civil e Polícia Científica realizaram uma varredura na região do acidente na tarde dessa quinta-feira (26), onde encontraram um maçarico, que acende as chamas do balão, além do extintor que teria falhado na ocorrência. Estes eram os vestígios que faltavam para o prosseguimento da análise pericial.
Segundo o delegado Rafael Chiara, após relato do piloto, os policiais se dirigiram à secretaria de Obras da prefeitura municipal para a equipe realizar a perícia dos destroços do balão.
— Todas as testemunhas e sobreviventes foram ouvidos, inclusive o proprietário da empresa fabricante do balão, que nos auxiliou bastante no entendimento técnico. Já foram ouvidas mais de 20 pessoas. A parte de oitivas está encerrada, estamos no aguardo da perícia — completa o delegado.
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Agora devem ser analisadas imagens, vestígios, exames de bancada do extintor e maçarico, para, dessa forma, o laudo pericial ser finalizado. A estimativa é de que todo esse processo leve até 30 dias até ser concluído. A diligência contou com a atuação de duas equipes periciais dos núcleos de Laguna e de Tubarão, além dos peritos de Araranguá e do departamento de engenharia forense.
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