Um policial militar acusado de matar o colega de corporação com um tiro na cabeça foi absolvido por júri popular nesta quarta-feira (23). O caso aconteceu dentro de um motel em Joinville, no Norte Catarinense, em maio de 2017. Na época, o crime foi tratado como passional.
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Na ocasião do crime, a vítima, Jefferson da Silva Marafian, estava em um motel com a companheira do policial responsável pelo disparo. A mulher também era policial. O suspeito, Anderson Dieymes David, foi preso em flagrante após efetuar o disparo que causou a morte do outro PM.
Caso aconteceu em 2017
As informações preliminares sobre a absolvição do acusado foram divulgadas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). A promotoria ainda pode recorrer da decisão tomada pelo júri popular.
Na época, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ofereceu a denúncia à Justiça considerando o caso um crime militar. Em 1º de junho de 2017, o coronel Amarildo de Assis Alves, comandante da 5ª Região da Polícia Militar, afirmou que o crime seria investigado como crime passional.
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A defesa do réu solicitou que o crime fosse julgado pela Justiça comum, alegando que a motivação não possuía nenhuma ligação com a Polícia Militar.
O que diz a defesa do absolvido
O NSC Total entrou em contato com a defesa de Anderson Dieymes David, que se pronunciou por meio de nota. O escritório Dalledone & Advogados Associados alegou durante o julgamento que o acusado teria agido em legítima defesa, sem premeditação. Ainda, a defesa afirmou que pedirá a reintegração imediata de Anderson à corporação. Confira a nota abaixo:
Na madrugada desta terça-feira (23), o Tribunal do Júri de Joinville absolveu o soldado Anderson Dieymes David, acusado de matar um colega de farda, em 2017. Depois de sete anos de processo, o júri reconheceu sua inocência, pondo fim a um dos casos mais emblemáticos envolvendo policiais militares de Santa Catarina.
O escritório Dalledone & Advogados Associados demonstrou que não houve premeditação de Anderson. “Ele disparou em legítima defesa, ao encontrar o seu amigo PM, dentro do Motel com a sua esposa, apontando uma arma em sua direção. É um caso clássico de legítima defesa”, explicou Claudio Dalledone Júnior.
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Na época, o caso ganhou repercussão nacional. O episódio ocorreu em março de 2017, após Anderson flagrar sua então esposa, também PM, com o colega Jefferson da Silva Marafian, dentro de um motel de Joinville. Anderson efetuou um disparo, que resultou na morte do agente.
Anderson está excluído da PM desde a época do fato. “Ele passou quase sete anos sendo tratado injustamente como vilão e, por conta disso, teve a carreira interrompida. Agora, com a absolvição, nós iremos pedir a reintegração imediata de Dieymes à corporação. Não é só devolver o ofício, mas também a dignidade de quem sempre serviu com honra e disciplina”, disse o advogado Renan Canto.
Posicionamento do Ministério Público
Em resposta a decisão de absolvição do acusado, o Ministério Público de Santa Catarina manifestou a intenção de recorrer da decisão tomada pelo júri. Por meio de nota ao NSC Total, o MP ressalta que a ação será tomada para reforçar a posição da sociedade em relação a casos de violência. Confira a nota completa abaixo:
Em resposta à absolvição do soldado Anderson Dieymes David, é importante destacar que o Ministério Público já manifestou sua intenção de recorrer da decisão do Tribunal do Júri. Essa medida se faz necessária não apenas para garantir a justiça no caso, mas também para reafirmar a posição da sociedade em relação a atos de violência, especialmente aqueles que envolvem agentes de segurança pública.
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Ademais, é fundamental que, em 2025, a discussão em plenário se baseie em princípios que vão além de questões pessoais e emocionais, como a honra do homem traído. A trajetória de um indivíduo não deve ser medida por elementos que possam incitar a paixão ou a solidariedade em um contexto de tragédia pessoal. O tribunal popular deve se pautar pela objetividade e pela análise técnica dos fatos, sem permitir que emoções pessoais influenciem o julgamento.
A justiça deve prevalecer, e é imprescindível que consideremos a gravidade do ato que resultou na morte de um colega de farda. A decisão do júri não pode ser vista como um aval à violência, independentemente das circunstâncias que levaram ao evento. O Ministério Público busca assegurar que a verdade e a responsabilidade sejam os pilares do processo judicial, independentemente da posição social ou da história pessoal dos envolvidos. A sociedade merece um sistema de justiça que garanta a responsabilidade e a legalidade, sem se deixar levar por narrativas que possam obscurecer a realidade dos fatos.
Relembre o caso
O crime aconteceu em 31 de maio de 2017, quando o homem flagrou sua companheira, também policial militar, em um motel com a vítima, morta com um tiro na cabeça.
Na ocasião, o soldado foi preso em flagrante e ficou recolhido no 8º Batalhão da PM até o dia 18 de julho do mesmo ano, quando foi solto. Ainda em 2017, David foi transferido para o 27º Batalhão, em São Francisco do Sul, onde foi designado para desempenhar funções administrativas.
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Os envolvidos trabalhavam no batalhão de Garuva e pertenciam a 5ª Região da PM, Norte e Planalto Norte. A vítima foi identificada como Jefferson da Silva Marafian. Ele foi morto com um tiro na cabeça em um motel em Pirabeiraba, na zona Norte.
*Notícia em atualização
**Sob supervisão de Leandro Ferreira
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