A Polícia Civil de Santa Catarina investiga como o bebê de 11 meses foi intoxicado por anfetamina, uma droga sintética, na última sexta-feira (19), em Florianópolis. O pai da criança teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após o episódio. Já a vítima, segue internada no hospital.
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De acordo com a delegada Gabriela Medeiros, que atendeu o caso, há indícios de que o pai deixou a droga ao livre acesso da criança.
— Não podemos dizer, nesse momento, que o pai ofereceu drogas diretamente à criança, mas há indícios de que ele deixou as drogas ao livre acesso dela — pontua a delegada.
A criança teve uma parada cardíaca quando estava com o casal na Praça XV de Novembro, onde a família imigrante estava passando os dias. O bebê precisou ser hospitalizado e um exame de sangue apontou a presença de anfetamina.
Pais foram presos
Os pais, venezuelanos, foram levados à delegacia pela Polícia Militar (PM). O homem teve o flagrante convertido em prisão preventiva. A mulher foi liberada. De acordo com a delegada, a mãe da criança não estava no momento em que ela passou mal.
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— O pai tinha antecedentes ligados a porte de drogas ilícitas e estava diretamente com a criança quando ela começou a passar mal. Já a mãe não estava presente nesse momento e em sede de plantão não havia elementos que indicassem que ela era autora da ação — complementa.
O que é anfetamina?
A anfetamina é uma substância psicoestimulante que atua no sistema nervoso central, aumentando a liberação de dopamina e noradrenalina, o que provoca sensação de euforia, redução do sono e do apetite. No Brasil, o uso é restrito e controlado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sendo permitido apenas em situações médicas específicas e com prescrição, como no tratamento de alguns transtornos. Fora desse contexto, a droga é ilegal.
Investigação continua
A equipe do plantão fez algumas diligências investigativas iniciais, conforme a delegada, mas o caso foi encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), que deve seguir as investigações.
Família vivia em abrigo
A mulher tem outros quatro filhos. Três deles, com idades entre quatro e 10 anos, foram recolhidos e estão sob a responsabilidade do Conselho Tutelar de Florianópolis. O mais velho, de 16 anos, não foi levado pela Assistência Social porque não estava no local. Agora, ele está com a mãe.
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Atualmente, a família dormia em um quarto de hotel pago pela prefeitura da Capital para abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Qual o estado de saúde do bebê?
O bebê, nascido em Florianópolis, ainda estava internado no Hospital Infantil Joana de Gusmão, na tarde de domingo (21). Mais detalhes sobre o estado de saúde não foram divulgados.
O que diz a prefeitura
Em nota, a Secretaria de Assistência Social lamentou o ocorrido e informou ter prestado apoio para que as circunstâncias do fato sejam apuradas.
“A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria de Assistência Social, lamenta profundamente o ocorrido e informa que prestou apoio para que as circunstâncias deste fato sejam apuradas. O município repudia qualquer forma de negligência ou violência contra as crianças e adolescentes. Após o episódio, as demais crianças que estavam sob tutela dos adultos envolvidos foram afastadas dos responsáveis e encaminhadas para acolhimento social”, diz a prefeitura.
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