A Polícia Civil identificou inconsistências no relato de Rafael Aliste, amigo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, encontrado morto em um buraco no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Os dois estavam juntos no dia em que Júnior desapareceu.

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A delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios (DHPP), responsável pela investigação, afirmou à CNN que “Rafael tem muita coisa pra contar” e que ele deve ser ouvido novamente ainda esta semana.

Conforme a delegada, Rafael afirmou no depoimento que ambos consumiram cerca de oito copos de cerveja e maconha, oferecidos por desconhecidos durante o evento de motociclismo no autódromo, do qual participaram na tarde de 30 de maio.

— Rafael disse que Adalberto ficou muito nervoso, ansioso e agitado. É curioso, porque maconha e álcool são substâncias depressoras — destacou a delegada.

Além disso, conforme a Folha de S.Paulo, a esposa de Junior relatou à polícia que Rafael garantiu a ela, no dia do desaparecimento, que o empresário havia deixado o evento sem sinais de embriaguez — apesar de, em seu depoimento, o amigo admitir que ambos beberam e fumaram maconha no local.

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Veja fotos do empresário

O que se sabe sobre o desaparecimento

Adalberto desapareceu na sexta-feira (30) após participar de um evento de motociclistas no autódromo. Sua última comunicação com a esposa ocorreu por volta das 19h40min. Segundo Rafael, ele teria visto Adalberto por volta das 21h15, minutos antes de a vítima se dirigir ao estacionamento para buscar o carro.

O corpo foi encontrado na terça-feira (3) dentro de um buraco de obra, com aproximadamente 2 a 3 metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro. Adalberto estava com capacete, celular e carteira, mas sem a câmera GoPro, que estava acoplada ao capacete.

Na quarta-feira (11), a esposa de Adalberto foi ouvida novamente. Sete seguranças do evento já prestaram depoimento, e outros devem ser interrogados nos próximos dias, conforme avançam as investigações.

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Ameaça de vizinho

Ainda de acordo com a investigação, o empresário e a esposa foram ameaçados por um vizinho, armado com faca, como consta em um boletim de ocorrência registrado pelo casal, em 18 de março do ano passado, e acessado pelo Metrópoles. Eles teriam sido abordados quando saíram de uma casa em construção pertencente a eles em Alphaville — bairro nobre na região metropolitana de São Paulo.

No relato à polícia, a mulher afirmou que o suspeito estava “transtornado”, aparentando estar sob efeito de álcool, condição na qual os teria xingado de “filhos da p*, por diversas vezes”. “O vizinho retornou para casa e voltou com uma faca, nos ameaçando, dizendo que nós não terminaríamos mais nossa obra, que ali não moraríamos”, consta no boletim, conforme o Metrópoles.

Adalberto e a mulher acionaram a segurança particular do condomínio para acompanhá-los de volta às obras do imóvel deles. Chegando no local, ainda de acordo com o registro policial, a esposa do vizinho também os teria ameaçado, afirmando que as vítimas não retornariam mais “para construir no condomínio”.

*Com informações da CNN, do Metrópoles e da folha de S.Paulo.

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