O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), irá depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado nesta quarta-feira (17). Além de Jorginho, o secretário de Segurança Pública do Estado, Flávio Rogério Pereira Graff, também deve estar presente na sessão, que começa às 9h.
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Jorginho será ouvido como convidado seguindo o requerimento do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da comissão. Ele é o primeiro governador a ser ouvido, contudo, a CPI pretende ouvir também os governadores do Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.
O motivo da participação de Jorginho
O relator da CPI detalha que os depoimentos buscam fornecer subsídios técnicos e estratégicos para que a comissão consiga compreender a forma de atuação das facções criminosas em diferentes partes do país. Ainda, com os relatos busca-se entender quais podem ser os impeditivos para se combater a criminalidade, sejam eles financeiros, legais ou operacionais.
— Considerando que o fenômeno do crime organizado transcende fronteiras estaduais, operando de forma sistêmica e em rede, a colaboração dos governadores e gestores máximos da segurança pública dos estados é indispensável — observa Alessandro.
Conforme apuração do colunista Ânderson Silva, Jorginho deve mostrar os números da segurança no Estado, além de apresentar as ações adotadas para combater o crime organizado e consolidar Santa Catarina como o Estado mais seguro do país. Os chefes das polícias Civil, Ulisses Gabriel, e Militar, coronel Émerson Fernandes, além da secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim Silva, e o secretário de Comunicação, Bruno Oliveira, também devem estar presentes.
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De acordo com um levantamento anual realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), Santa Catarina se consolidou como referência nos pilares de Segurança Pública e Capital Humano no ranking de Competitividade dos Estados 2025, ficando em primeiro lugar neste dois pilares. Outro indicador importante apontado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública é a taxa de mortes violentas intencionais. Neste quesito, Santa Catarina teve o segundo menor patamar do país em 2024.
O que é a CPI do Crime Organizado
A CPI do Crime Organizado foi instalada no dia 4 de novembro e é composta por 11 senadores titulares e sete suplentes. O presidente é o senador Fabiano Contarato (PT-ES) e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) é o vice. Alessandro Vieira, relator, foi quem solicitou a instauração da CPI.
A comissão tem como objetivo investigar a atuação, a expansão e o funcionamento de organizações criminosas em busca de soluções para combater o crime organizado, especialmente através do aperfeiçoamento da legislação.
Os seguintes tópicos relacionados ao crime organizado serão investigados pela comissão:
- ocupação de território;
- lavagem de dinheiro, com ênfase em criptomoedas; bens patrimoniais; bancas de advocacia e segmentos econômicos lícitos, como combustíveis, lubrificantes, bebidas, garimpo, mercado imobiliário e cigarros;
- sistema prisional;
- corrupção ativa e passiva;
- rotas de mercadorias ilícitas;
- crimes de tráfico de drogas e de armas, sonegação tributária e roubo, entre outros.
- integração entre os órgãos de segurança pública e as Forças Armadas, com destaque para as fronteiras;
- experiências bem-sucedidas de prevenção e repressão ao crime organizado;
- recursos públicos disponíveis.
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A CPI deve ouvir os governadores dos estados mais seguros e seus secretários de Segurança, sendo eles Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal. Serão ouvidas as mesmas autoridades do Rio de Janeiro e de São Paulo, por conta da atuação de facções nesses estados, e dos estados mais perigosos, que são Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas.
Especialistas e autoridades do governo federal também serão ouvidos, assim como jornalistas investivativos. A CPI foi instalada uma semana depois da operação policial que deixou 121 mortos nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.









