Com uma população de 8,1 milhões de pessoas em 2025, Santa Catarina deve chegar em 2070 com 10,4 milhões de moradores, passando do 10º para 6º estado mais populoso do Brasil. As projeções, feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo de 2022, mostram que o Estado ganhará cerca de 2,3 milhões de moradores nos próximos 45 anos. Ao NSC Total, especialistas pontuaram que o aumento demográfico no estado catarinense será resultado de um conjunto de fatores, como esperança de uma vida melhor e saldo migratório.
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Conforme as projeções feitas pelo IBGE, a população de Santa Catarina começará a diminuir apenas em 2064, sendo o penúltimo estado do Brasil, junto com Roraima, a entrar em inflexão, atrás apenas do Mato Grosso. O estado catarinense supera até mesmo a projeção do Brasil, que, segundo o instituto, verá a população diminuir em 2042.
Segundo Guilherme de Barros Coelho, superintendente estadual adjunto do IBGE em Santa Catarina, os fatores que contribuem para o aumento demográfico no Estado são a longevidade da população catarinense e saldo migratório positivo:
— O Estado possui uma das maiores esperanças de vida do país, o que prolonga a permanência das pessoas em seu território. Além disso, Santa Catarina apresenta um saldo migratório altamente positivo, recebendo um grande número de pessoas de outras unidades da federação e do exterior. Embora a taxa de fecundidade esteja abaixo do nível de reposição populacional desde 2000, esse fator é compensado pela migração e pela longevidade da população catarinense.
Saldo migratório positivo contrubui para o aumento demográfico
Ainda conforme o especialista, a qualidade de vida — atrelada aos baixos índices de violência, boas condições de infraestrutura urbana, saúde e educação — e as oportunidades econômicas fazem Santa Catarina ser um Estado atrativo para pessoas de outras unidades federativas, além de estrangeiros. A expectativa do IBGE é que Santa Catarina chegue a 10.533.855 moradores em 2063.
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— Essa combinação faz com que Santa Catarina seja um destino natural para pessoas que buscam melhores condições de vida e trabalho, especialmente vindas do Sul, Sudeste e, mais recentemente, do Norte do país. O fluxo de migrantes internacionais também tem se intensificado, contribuindo para a renovação demográfica do Estado, com destaque para municípios do Oeste catarinense, como Chapecó, que receberam grande contingente de estrangeiros — pontua.
Entre 2017 e 2022, Santa Catarina recebeu 503.580 imigrantes e registrou 149.230 emigrantes (pessoas que deixaram o Estado). Neste contexto, o estado catarinense se tornou a unidade federativa do Brasil com maior saldo positivo de migração, ou seja, de pessoas que migraram dentro do próprio país, sem contar os estrangeiros que vieram de outros países.
O saldo migratório catarinense (354.350) superou os de Goiás (186,8 mil pessoas), Mato Grosso (103,9 mil) e Minas Gerais (106,5 mil). A maior população migrante é gaúcha (134,8 mil), representando 26,8% do total. Depois estão o Paraná (96,1 mil), com 19,1% do total, São Paulo (62,4 mil), com 12,4%, Pará (44,9 mil), com 8,9%, e Bahia (20,3 mil), com 4,0%. É importante lembrar que quando falamos em “migração” estamos tratando apenas de quem se muda entre os estados brasileiros.
Em relação aos estrangeiros, os países que mais imigraram para Santa Catarina foram Venezuela (26.977), Haiti (7.881), Argentina (2.520), Estados Unidos (1.349) e Portugal (986).
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Crescimento populacional traz desafios para SC
Ainda conforme Guilherme de Barros Coelho, superintendente estadual adjunto do IBGE, o aumento de mais de 2 milhões de moradores em 45 anos impõe desafios para as áreas estratégicas do Estado. Por isso, o planejamento integrado será essencial para garantir o desenvolvimento sustentável.
— Em infraestrutura, será necessário ampliar e modernizar redes de transporte, saneamento e habitação. Na saúde, a elevação da esperança de vida exigirá uma rede de serviços preparada para atender uma população mais idosa. No mercado de trabalho, o desafio será absorver a nova força de trabalho, exigindo políticas de qualificação profissional e inclusão produtiva, especialmente para migrantes. O planejamento integrado será essencial para garantir o desenvolvimento sustentável do Estado — pontua.
As projeções de população do IBGE incorporam os resultados dos últimos censos (2000, 2010 e 2022), as informações dos registros de nascimentos e de mortes, os dados preliminares de migração interna do Censo 2022 e os dados de migração internacional advindos de registros administrativos.
Além de servirem de parâmetro para políticas públicas nas três esferas de governo, as projeções servem de base para o cálculo da estimativa populacional de cada ano, utilizada para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE).
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