A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento do processo da trama golpista na próxima semana ainda não é certa. Enquanto alguns aliados defendem que ele deve comparecer à Corte para demonstrar enfrentamento, familiares e outros colegas mais pragmáticos argumentam que seria melhor acompanhar as sessões em casa. As informações são de O Globo.

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Parte do seu entorno vê a presença no plenário com valor simbólico. A preocupação, em contrapartida, seria com riscos de exposição, desgaste político e com o estado de saúde. O ex-presidente, que passou por diversas cirurgias desde a facada, em 2018, enfrenta crises frequentes de soluço, que muitas vezes são acompanhadas de vômito.

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Entre os que defendem a presença de Bolsonaro no julgamento se mantém o argumento de isso seria importante para reforçar a narrativa de enfrentamento e perseguição política, o que mobiliza sua base de apoiadores. A ação mostraria coragem e um sinal de que o ex-presidente não tem medo de enfrentar as acusações.

Alguns parlamentares da ala mais radical do Partido Liberal (PL), do qual ele faz parte, afirmam que não comparecer ao julgamento poderia demonstrar sinais de fragilidade política.

Em contrapartida, aliados com visão mais pragmática afirmam que estar presente não traria vantagens jurídicas e poderia gerar mais desgastes junto ao STF. A imagem do ex-presidente sentado no banco dos réus poderia ser usada politicamente por adversários, afirmam, e poderia desencadear manifestações, em um momento já delicado.

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O que pensa a família Bolsonaro

Dentro da família Bolsonaro, também há divergência de opiniões. Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, é favorável a uma postura mais discreta, que evite exposição do marido. Ela menciona a saúde do marido e por isso prefere que ele acompanhe as sessões em casa, acompanhado dos advogados, onde poderia fazer pausas durante as longas sessões.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também tem recomendado a cautela, e vê a ausência como mais prudente. Por outro lado, Carlos e Eduardo estão mais inclinados à presença do pai no julgamento.

A defesa de Bolsonaro defende que o comparecimento não traria qualquer benefício processual, sem alterar os rumos da ação ou as decisões dos minitros, sendo uma decisão muito mais política e estratégica.

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