A NASA, agência espacial americana, realizou uma live no final da tarde de quarta-feira (19) para mostrar imagens inéditas e revelar mais alguns detalhes do 3I/Atlas, cometa interestelar que foi descoberto em julho, por um telescópio instalado nos Estados Unidos, e que gerou muitos debates entre os cientistas e na comunidade de modo geral.

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O evento foi realizado no Centro de Voos Espaciais Goddard, em Maryland, nos Estados Unidos, e reuniu astrônomos e especialistas que comentaram e explicaram as novas imagens, além de responderem a perguntas enviadas pelo público e esclarecerem dúvidas sobre a composição química e o comportamento do cometa 3I/Atlas.

Cometa não é uma ameaça

Em vários momentos da transmissão, os especialistas da NASA foram enfáticos ao reforçar que o objeto interestelar é, de fato, um cometa, refutando teorias conspiratórias, entre elas a de que se trata de uma nave alienígena.

Os cientistas apontaram que o corpo celeste apresenta diversas características e comportamentos comuns aos cometas, mesmo que tenha uma composição química diferente do que estamos habituados – segundo os especialistas, isso se explica por se tratar de um objeto interestelar, formado em uma região diferente de onde estamos situados.

Outro ponto reforçado pelos cientistas durante a transmissão é de que o cometa não representa qualquer ameaça à Terra e que não há chances de colisão. A aproximação máxima do objeto com o nosso planeta está prevista para acontecer no dia 21 de dezembro, a cerca de 270 milhões de quilômetros de distância.

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A NASA também reforçou que não ativou o protocolo de defesa planetária por conta do cometa 3I/Atlas, rebatendo informações desencontradas e mal interpretadas que circularam na internet durante o mês de outubro. A agência alegou que fez parte de uma campanha de observação do visitante interestelar, mas destacou que em nenhum momento o cometa representou uma ameaça à Terra e relembrou que, durante o período, estava com quase 90% das operações suspensas por conta do shutdown nos Estados Unidos.

Imagens inéditas do cometa 3I/Atlas

A grande atração da transmissão foi a revelação de novas imagens do cometa 3I/Atlas – que ainda não tinham se tornado públicas. Muitas delas foram capturadas pela sonda MRO no início do mês de outubro, quando o visitante interestelar se aproximou do planeta Marte.

As imagens ficaram retidas por semanas por conta da paralisação dos serviços públicos nos Estados Unidos, que durou 43 dias, e teve grande impacto nas operações da NASA. Com o retorno das atividades, os registros puderam ser analisados pelos cientistas e revelados ao público.

3I/Atlas é mais antigo que o Sistema Solar

Além das imagens, a NASA também atualizou algumas informações a respeito do cometa 3I/Atlas. Entre elas, a de que o visitante pode ter se formado há cerca de 8 bilhões de anos. Ou seja, é mais antigo do que nosso Sistema Solar.

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A NASA também deu informações mais detalhadas sobre a composição química do 3I/Atlas. Após análises e estudos, a agência acredita que o núcleo do cometa tenha 440 metros de diâmetro e 5,6 quilômetros.

A composição química do cometa é considerada incomum, mas esse fato já era esperado pelos cientistas por se tratar de um objeto interestelar. As observações, incluindo dados do Telescópio James Webb, confirmaram a presença de um núcleo de gelo com fortes emissões de gases como dióxido de carbono, além de vapor da água. Esses fatores indicam que o objeto se formou em uma região extremamente fria de um outro sistema solar.

A mudança de cor e de velocidade após passagem pelo Sol, no final de outubro, são consideradas normais para cometas e se explica pela sublimação do gelo do núcleo, causada pelo calor intenso recebido da nossa Estrela-Mãe.

Observação continua

Apesar das novas imagens e informações, a NASA reforçou que o objeto interestelar segue sendo monitorado e estudado. Sondas e telescópios em diferentes lugares da Terra e também no espaço, como o James Webb, serão usados para efetuar novos registros, possibilitando aos cientistas seguirem acompanhando a trajetória e o comportamento do 3I/Atlas.

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