Foram identificadas, no início da tarde desta quinta-feira (8), as vítimas fatais do acidente envolvendo o ônibus que transportava a delegação da equipe Umuarama Futsal na BR-376, em Guaratuba (PR). Havia 22 pessoas no veículo com destino a Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina.
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O motorista Oswaldo da Silva e o coordenador da categoria de base do time, Paulo Vitor Gonzales Debia, morreram ainda no local. A informação foi confirmada pelo jurídico e pelo presidente da associação.
Um vídeo flagrou o momento exato do acidente na rodovia que liga o Paraná a Santa Catarina.
Vítimas encaminhadas ao hospital
O Hospital Municipal São José de Joinville recebeu, até as 11h45, sete vítimas do acidente na BR-376 e não havia previsão de novas transferências para a unidade. Outras vítimas foram levadas para o pronto-atendimento de Garuva e tiveram alta em seguida.
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Conforme o hospital joinvilense, os sete pacientes encaminhados são homens, com idade entre 28 e 55 anos. Respeitando a legislação vigente, o hospital não divulga o nome das vítimas em atendimento na unidade.
No boletim divulgado às 16 horas, a prefeitura informou que tr~es pacientes receberam alta médica e os demais estão estáveis, com atendimento de especialistas. Três pacientes que chegaram à unidade apresentavam fratura exposta.
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“Parecia uma despedida”, diz amigo que telefonou para o motorista no dia anterior
Oswaldo da Silva, motorista que morreu no acidente, tinha 75 anos de idade e mais de 40 de profissão. Ele atuou a maior parte da vida em uma empresa de viação, mas foi demitido durante a pandemia.
Mesmo já aposentado, ele não conseguia ficar longe das estradas. Por isso, há cerca de três meses, Valdinho, como era carinhosamente chamado, começou a trabalhar com o transporte dos atletas da Umuarama Futsal.
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Há 25 anos ele conheceu um de seus melhores amigos, o instrutor de motorista Augustinho Duarte. Além de colecionar viagens juntos, a dupla conversava todos os dias. A última ligação no celular de Valdinho era justamente a de seu amigo.
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– Ele tinha me ligado seis vezes ontem à noite e eu não tinha visto. Ele não desistiu enquanto eu não atendi. Retornei assim que vi. Achei isso interessante, me marcou. Parecia uma despedida – lembra Augustinho.
A ligação durou cerca de 20 minutos. Augustinho, antes de desejar boa viagem, comentou com o amigo motorista que ele precisava largar a profissão para descansar.
– Ele estava empolgado porque iriam para Jaraguá e, de lá, rumo a São Paulo. Nos falamos bastante. Eu falava que ele tinha que descansar, aproveitar a aposentadoria, mas ele não vivia sem esse trabalho. Estava realizado. Ele dizia que estava forte ainda, que gostavam dele no time e queria continuar lá – acrescenta Augustinho.
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Além disso, Oswaldo também superava a morte da esposa, que não resistiu às complicações de uma cirurgia no ano anterior. Ele deixa quatro filhos e diversos amigos, como o Augustinho, que era praticamente da família.
– Vivíamos um na casa do outro, nossa família se conhece. O companheirismo dele, personalidade forte e honestidade são as coisas que mais me marcam. Viajamos muito juntos, toda a semana. Éramos uma dupla – lamenta.
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