Raiz alvinegra: Khevin é o elo entre o passado e o presente do Figueirense no ano do centenário

Há exatos 100 anos uma semente poderosa foi plantada no coração de Florianópolis. Tal qual a Figueira, árvore de fortes raízes, o novo time de futebol se entrelaçou na comunidade local de forma indissociável. Um amor em preto e branco que permanece vivo a despeito do tempo. O Figueirense Futebol Clube, idealizado por jovens da Capital em 1921, completa o centenário neste sábado, dia 12, para orgulho de todos os alvinegros.

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Um elo entre passado e presente é o volante Khevin, bisneto de Joaquim Manoel Fraga, um dos fundadores do clube. O jogador alvinegro imagina uma conversa com o ancestral:

– A primeira coisa seria agradecer pelo presente que é o Figueirense em nossas vidas, nas vidas dos manezinhos. E falar que vamos continuar nos empenhando em deixá-lo orgulhoso – imagina o atleta.

O Figueirense nasceu transformador. Não na Praça XV, como muitos pensam, mas no bairro da Figueira, localidade atual das ruas Francisco Tolentino, Conselheiro Mafra e Felipe Schmidt, no Centro de Florianópolis. A região, malvista pelas elites da época por ser um reduto de pobres e negros, deu origem a um clube que é legitimamente do povo e sempre aceitou a todos.

As glórias se estendem entre os títulos, palpáveis, e a intangível afirmação da gente que é representada pelo preto e branco do FFC. É preciso lembrar aos desanimados por conta da atual fase no futebol:

– Não é porque neste ano o time está na terceira divisão que o torcedor tem que encarar o centenário como algo negativo. O Figueirense é muito grande, independente do momento que está passando – comenta Khevin.

Muita coisa mudou nestes 100 anos. A localização passou da Ilha para o continente, a partir do gesto do senhor Orlando Scarpelli, doador do terreno que o clube ocupa até hoje. O escudo foi alterado, com a inclusão de uma Figueira na cor verde. O patamar no futebol saiu do local para o topo nacional, mas também regrediu após gestões catastróficas. A eternidade do Figueirense, no entanto, parece garantida por sua gente.

– Estou no lugar que sempre quis estar. Enquanto eu for útil, a minha decisão vai ser sempre ficar e ajudar – garante Khevin.

E a próxima geração de alvinegros vem forte:

– Meu filho, Enrico, tem sete meses. Já comprei as roupas de bebê na loja do clube, ele está sempre trajado de Figueirense – diz o papai orgulhoso.

Programação especial para o centenário

A programação de comemoração ao centenário será extensa, com ações que vão até o aniversário de 101 anos do Figueirense. Neste sábado, dia 12, o Conselho Deliberativo se reúne para indicar novos nomes ao título de Beneméritos do clube. Antes do tradicional corte do bolo e da missa, celebrada pelo Padre Prim, as torcidas organizadas serão homenageadas.

O passado é recordado com a instalação de uma placa alusiva ao centenário no Centro de Florianópolis. O local é a rua Padre Roma, número 27, endereço da reunião de fundação do clube.

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Orlando Scarpelli, ex-presidente alvinegro e doador do terreno para o estádio, será homenageado com um busto no Memorial do Figueirense. A instituição também lança um livro fotográfico que retrata a trajetória centenária do clube.

Uma centena de pessoas, empresas e instituições que contribuíram com o Figueirense serão presentados com medalhas dos 100 anos. Elas serão entregues durante um ano, evitando uma reunião abrangente, por conta do risco de transmissão da Covid-19. As prefeituras da região receberam do clube mudas de figueiras para serem plantadas em espaços públicos.

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O tradicional carreteiro ocorrerá no próximo sábado, dia 19, em modo drive thru, por conta da pandemia. O valor para aquisição do kit, que também traz uma camisa do evento, copo e chaveiro personalizados, é de R$ 50. Os torcedores interessados em participar podem fazer a compra na loja Figueira Store do Estádio Orlando Scarpelli.

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