A rebelião na Penitenciária Sul, em Criciúma, chegou ao fim por volta das 14h30min desta sexta-feira (14). Segundo informação da Polícia Militar, os detentos se renderam, entregaram as armas e liberaram os dois agentes prisionais que eram reféns desde a manhã.
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A negociação foi feita pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e pela Polícia Militar. Os agentes que foram feitos reféns estão recebendo atendimento médico e psicológico, segundo informou a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP). Outros dois agentes ficaram feridos ainda no início da rebelião, na tentativa de impedir a atuação dos presos em outras celas da unidade. Eles já receberam atendimento médico e foram liberados.
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Um grupo de cerca de 10 presos da unidade se rebelou por volta das 9h da manhã desta sexta e rendeu dois agentes penitenciários que atuam na unidade – desde 2020, a categoria passou a ser chamada de policial penal. A situação ocorreu na galeria H da penitenciária, que fica em uma área externa ao pavilhão principal. Os detentos estavam com uma arma calibre 12, que era de um dos agentes rendidos.
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Em entrevista coletiva no fim da tarde, comandantes do Bope, PM e do Departamento de Administração Prisional (Deap) deram mais detalhes sobre a ocorrência. Eles afirmaram que a rebelião não foi uma ação planejada, mas que ocorreu devido a uma “falha de procedimento” no momento de abertura de uma porta.
– Isso ocasionou uma reação em cadeia e gerou oportunidade para que alguns apenados vissem um cenário de oportunidade e tentassem lograr êxito de provocar fuga, ou algo nesse sentido – afirmou o secretário de Administração Prisional, Leandro Lima.
Os policiais que atuaram na negociação afirmaram que os presos apresentavam pedidos “referentes ao sistema e relativamente individuais”, sobre temas como alimentação e ressocialização. Os negociadores contaram com a ajuda de advogados para dialogar com os detentos e permitir a liberação dos reféns e o fim da rebelião.
Um inquérito será apurado para analisar o caso e a hipótese de transferência de presos para unidades federais não está descartada.
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Unidade é considerada de segurança máxima
A unidade tem 690 vagas e atualmente cumprem pena no local 800 detentos. Ao colunista da NSC, Denis Luciano, a juíza titular da Vara de Execuções Penais de Criciúma, Débora Zanini, explicou que a unidade é considerada de segurança máxima e tem esquema disciplinar muito rígido, o que faz com que muitos presos não se adaptem e se rebelem.
– (A ocupação) Não chega a extrapolar tanto a capacidade. Está dentro daqueles 35% de excedentes recomendados pelo CNJ. Está no limite do razoável essa lotação. E os presos ali têm todas as condições de alimentação, abrigo e materiais de higiene. Não sabemos do que exatamente eles estão reclamando — afirmou.
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