Medidas de segurança estão sendo planejadas para o julgamento dos réus envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as ações previstas, está o monitoramento da praça dos Três Poderes, em Brasília, para evitar que pessoas acampem no local. As informações são da Folha de S.Paulo.
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Durante o julgamento, pessoas que circularem em grupos no local poderão ser abordadas e ter seus pertences, como mochilas ou bolsas grandes, revistados. A medida faz parte de uma decisão do STF ainda em julho, que proíbe acampamentos e qualquer forma de bloqueio na praça.
Apesar do monitoramento, a região central não será fechada durante o julgamento por causa do impacto às pessoas que trabalham e visitam o local, como turistas, segundo o secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, Alexandre Patury. A praça dos Três Poderes possui acesso seletivo e é cercada.
A quantidade de policiais na região também aumentará, tanto na praça quanto nas vias que dão acesso a ela, como as S1 e S2. O plano de segurança também prevê o envio imediato de um agente de segurança ao local no caso de reuniões de cinco ou mais pessoas nas proximidades da praça, consideradas atípicas.
Patury informou que, até o momento, não foram encontrados indícios de manifestações durante o julgamento, segundo os monitoramentos que são feitos na internet e nas redes sociais. Tentativas de invasão ou avanço indevido podem resultar em prisões.
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— São centenas, às vezes milhares de coisas que aparecem, a maioria delas é pura bravata, conversa, coisas não críveis. Mas, quando a pessoa começa a identificar um padrão, algo organizado, ou várias pessoas falando sobre o mesmo tema, o mesmo local, você percebe alguma conexão entre elas avaliamos para ver se cabe ou não a necessidade de fechamento da Esplanada, de pedir algum tipo de investigação, de avaliar se há algum crime — explicou o secretário-executivo.
Medidas impostas contra Bolsonaro
Segurança no STF
No STF, também estão previstos reforços na segurança, com varreduras nas casas dos ministros, reforço do policiamento no tribunal, e agentes de segurança dormindo da sede. Cerca de 30 policiais de outros estados foram convocados, com esquemas especiais, também, no feriado do dia 7 de setembro, quando o número de pessoas na região deve aumentar.
A Esplanada dos Ministérios será interditada ainda no dia 6 de setembro, a partir das 23h, com alterações no trânsito, interrupção da circulação de veículos no trecho entre a Rodoviária do Plano Piloto e a via L4. Tudo no dia 6.
Já no feriado, os portões de acesso ao público serão abertos às 6h, com pontos de revista, onde estão proibidos animais, com exceção de cães-guia, armas de fogo, faca, réplicas, objetos cortantes ou perfurantes, explosivos, fogos de artifício e substâncias inflamáveis.
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Outros itens proibidos
- Frascos de vidro;
- Latas;
- Copos;
- Isopores; churrasqueiras;
- Fogões;
- Capacetes;
- Barracas;
- Carrinhos de compras;
- Malas;
- Caixas e bolsas ou mochilas de grande porte;
- Máscaras;
- Mastros;
- Bastões;
- Objetos que possam causar danos;
- Drogas ilícitas;
- E drones sem autorização.
O julgamento de Bolsonaro
A primeira sessão do julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus está marcada para o dia 2 de setembro. A última sessão será realizada no dia 12.
Os primeiros dias devem ser dedicados à sustentação oral da Procuradoria-Geral da República (PGR) e dos advogados dos oito réus, incluindo a defesa de Bolsonaro. O advogado do ex-presidente, Celso Vilardi, deve visitar, no decorrer da semana, ministros do STF para apresentar resumos das teses defendidas.
Após as manifestações da PGR e dos advogados dos acusados, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, deve apresentar o relatório com um resumo dos fatos atribuídos aos investigados e fazer a leitura do voto, em que irá pedir a condenação ou absolvição dos réus.
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Ainda não se sabe se Bolsonaro estará presente no julgamento. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o ex-presidente teria dito a pessoas próximas que gostaria de estar em algumas sessões, para ficar frente a frente com ministros que considera algozes, mas que o quadro de saúde dele poderia ser um empecilho para isso. Como está em prisão domiciliar, caso pretenda comparecer ao julgamento, Bolsonaro precisaria pedir autorização ao ministro Alexandre de Moraes.
Nas alegações finais apresentadas ao processo, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que a acusação sobre a trama golpista é “absurda” e que Bolsonaro teria determinado uma transição, e não um golpe.
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