Roteirista e escritora, teve uma estreia premiada na literatura, conquistou projeção internacional com seu segundo livro e se tornou mais conhecida na coautoria da série da Globo, Ilha de Ferro. Ao lado do roteirista, escritor e também esposo Max Mallmann, Adriana dividiu um longo processo de pesquisa e criação do seriado que conta histórias fictícias de pessoas que trabalham confinadas numa plataforma de petróleo.
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A ideia da narrativa surgiu em 2008, época de euforia nacional com a descoberta do pré-sal no Brasil. O lançamento de Ilha de Ferro ocorreu 10 anos depois, pela Globoplay. Mas em 2015, Mallmann recebeu o diagnóstico de câncer, faleceu no ano seguinte e Adriana seguiu sozinha com os episódios que faltavam.
A experiência dela em roteiros começou nas agências de publicidade. A catarinense, que nasceu em Xaxim, no Oeste do Estado, escolheu a graduação em Comunicação Social movida pelo desejo de contar histórias. Quando concluiu o curso, começou a vida profissional como redatora publicitária. Depois, passou a fazer documentários. Foi na infância que nasceu o interesse pelas letras. Quando criança, se ressentia da falta de atenção do pai. Perguntava-se o que teria de tão mais interessante nos livros para que não desviasse o olhar para ela. Esta curiosidade a tornou uma ávida leitora atrás de mundos que se multiplicavam.
Como escritora, foi se revelando lentamente. Estreou em 1996, aos 32 anos, recebida pela crítica com duas premiações para “As Meninas da Torre Helsinque”: os prêmios Fumproarte e Açorianos. Em 2000, foi contemplada com uma bolsa da Biblioteca Nacional, concluída com o livro “Vésperas”. Esta coletânea de contos projetou a escritora catarinense no exterior com a tradução para o francês, espanhol e croata, além da edição em Portugal.
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Seis anos depois, foi lançada a primeira narrativa longa, “Corpo estranho”, e em 2011, outro romance, “A vendedora de fósforos”, ambos finalistas de prêmios nacionais. O último livro publicado, “A longa estrada dos ossos” (2014), premiado pelo Icatu de Artes, é destinado ao público jovem e conta a história de uma menina in – quieta com seu próprio estado de espírito.
Adriana trabalha atualmente em um novo romance, que havia iniciado em 2014, e se passa em São Paulo, onde mora. Autodenominando-se uma “escritora arquitetônica”, precisa planejar a obra para depois começar a escrever. Ao pensar em “Vésperas”, por exemplo, programou nove histórias. Cinco já “vieram” à mente e “buscou” outras quatro para manter o projeto que havia feito. O livro de contos acompanha os últimos momentos de vida de escritoras como Virginia Woolf e Clarice Lispector. Para além da morte, a catarinense aborda a transcendência dessas autoras por meio das obras que realizaram.
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Recorrente na coletânea e um tema em evidência hoje, Adriana pondera que a finitude deixou de ser imaginária, como algo que acontece com o outro, para ser concreta em tempos de Covid-19. Isto retomou a consciência da vida como uma luta cotidiana e a resposta é sobreviver dia a dia.
*Gisele Kakuta Monteiro
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