O governo de Israel informou nesta segunda-feira (6) que a ativista sueca Greta Thunberg e outros 170 ativistas foram deportados. Eles estavam detidos após uma flotilha com mais de 40 barcos rumo à Faixa de Gaza ter sido interceptada por tropas israelenses. As informações são do g1.
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O Ministério das Relações Exteriores israelense publicou uma foto de Greta e outros ativistas no aeroporto antes do voo de deportação. Ela deve chegar à Grécia nas próximas horas, segundo a agência de notícias Reuters.
“Todos os direitos legais dos participantes deste espetáculo de relações públicas foram e continuarão sendo plenamente respeitados. As mentiras que eles estão espalhando fazem parte de sua campanha de notícias falsas pré-planejada”, afirmou o ministério.
Os ativistas que foram deportados nesta segunda-feira são de diversas nacionalidades europeias e dos Estados Unidos. Brasileiros participaram da flotilha e, segundo o Itamaraty, eles ainda estão detidos em Israel nesta segunda-feira.
Ativistas denunciaram maus-tratos
Os barcos em que Greta Thunberg e outros ativistas estavam, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, foram interceptados enquanto seguiam rumo à Faixa de Gaza na quarta-feira (1º). Ativistas que foram detidos junto com Greta denunciaram que ela estaria sofrendo maus tratos durante a detenção.
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Hazwani Helmi, cidadão malaio, e Windfield Beaver, cidadão americano, disseram à Reuters que testemunharam Thunberg sendo maltratada, dizendo que ela foi empurrada e forçada a usar uma bandeira israelense.
Nico Calabrese, que é argentino, mas mora no Rio de Janeiro, disse que Greta foi o principal alvo de Israel por ser a líder da flotilha.
— Ela foi a que mais sofreu humilhação, provocação constante, piadas. Colocaram a bandeira de Israel ao lado dela e a obrigaram a beijar. Ela não teve nem acesso a água, assim como nós [tivemos] — declarou em entrevista à CNN.
No domingo (5), o governo de Israel negou as acusações de que Greta Thunberg estaria sendo maltratada.
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“As alegações sobre o suposto mau tratamento de Greta Thunberg e de outros detidos da flotilha Hamas–Sumud são mentiras descaradas. Todos os direitos legais dos detidos estão sendo plenamente respeitados. (…) Greta não apresentou nenhuma reclamação às autoridades israelenses sobre essas alegações absurdas e infundadas — porque elas simplesmente nunca aconteceram”, disse o Ministério das Relações Exteriores israelense em um comunicado.
Interceptação
A interceptação dos barcos da flotilha, que resultou na detenção de mais de 450 ativistas, gerou uma condenação internacional a Israel. Na sexta-feira, o governo Lula (PT) denunciou Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta da interceptação de flotilha.
A flotilha tinha como objetivo levar ajuda humanitária aos palestinos em Gaza e dar evidência sobre o sofrimento causado pela guerra entre Israel e Hamas no território, que completará dois anos na terça-feira (7) e começou após o ataque terrorista de membros do grupo palestino em território israelense, que deixou mais de 1.200 mortos e cerca de 250 como reféns.
Havia um total de 15 pessoas na delegação brasileira na flotilha Sumud, segundo o Itamaraty e a assessoria da flotilha. Desses, 14 foram detidos e um já foi deportado. Há 13 brasileiros ainda detidos em Israel. Eles receberam a visita do governo brasileiro nesta segunda-feira. A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) é uma das brasileiras detidas por Israel.
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