O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou lesões de “carcinoma de células escamosas in situ”, um tipo de câncer de pele superficial, de acordo com boletim médico divulgado na quarta-feira (17). Das cerca de oito lesões retiradas da pele do ex-presidente, no último domingo (14), em duas foi identificada a doença. Por conta disso, os médicos indicaram o acompanhamento clínico e reavaliação periódica.
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De acordo com a dermatologista Elisangela Boeno, que atua no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), em Florianópolis, referência no tratamento de câncer em Santa Catarina, o carcinoma de células escamosas é o segundo tipo mais frequente de câncer de pele no Brasil.
— É um tumor maligno de pele e a gravidade depende principalmente do tamanho, da localização. O carcinoma de células escamosas in situ é um estágio inicial que é bem precoce e tem um bom prognóstico e alta taxa de cura — pontua a médica, especialista em câncer de pele.
Em Santa Catarina, o fluxo de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) segue o padrão nacional. Diante de uma suspeita, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para uma análise inicial. Posteriormente, ele poderá ser encaminhado para um especialista em um centro de referência. A confirmação diagnóstica é histopatológica (por microscopia), feita após a biópsia.
O tratamento para casos como o do ex-presidente geralmente é cirúrgico, mas de acordo com a dermatologista:
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— Como é uma lesão “in situ”, dependendo da característica da lesão, do tamanho e da localização, pode ser feita uma curetagem, que é uma raspagem; ou uma cauterização, que pode ser a cauterização química ou a cauterização com o cautério. Também pode ser realizada a crioterapia, que é a queimadura do tumor com resfriamento — descreve a médica.
Todos esses tratamentos estão disponíveis pelo SUS em Santa Catarina, inclusive o tratamento cirúrgico, para todos os tipos de câncer de pele.
— O mais importante é o paciente saber que à medida que ele teve um carcinoma de pele, ele tem maior chance de ter outras lesões suspeitas.
De acordo com a médica, é fundamental que os pacientes estejam atentos à doença, monitorando se lesões na pele aumentam de tamanho e se têm sangramento fácil. Outra recomendação é que as pessoas se previnam, usando protetor solar e evitando exposição em horários de maior radiação ultravioleta.
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— O diagnóstico precoce tem maiores taxas de cura — diz a médica.
Entenda a situação de Bolsonaro
SC é o estado com mais câncer de pele
Santa Catarina é a região do país com mais casos de melanoma, o nível mais grave de câncer de pele, que é mais propenso a atingir adultos brancos. O melanoma é mais agressivo e fatal, podendo se espalhar para outras regiões do corpo.
Há, ainda, o câncer de pele não melanoma, que ocorre principalmente nas áreas do rosto, pescoço e orelhas. Normalmente, as vítimas dessa doença passaram diversas horas por dia, ao longo da vida, expostas à luz do sol, sem protetor solar.
Causado principalmente pela exposição solar excessiva, sem proteção, o câncer de pele atinge com mais frequência pessoas de pele clara, com pintas e manchas, idosos e indivíduos que se expõem muito ao sol ou que têm histórico de câncer de pele na família.
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A Secretaria do Estado de Saúde chama a atenção para uma série de atitudes de prevenção:
- Evitar a exposição excessiva à radiação solar, principalmente entre 10h e 16h;
- Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares;
- Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas;
- Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta;
- Usar filtros solares diariamente e reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre;
- Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas;
- Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses;
- Os trabalhadores que estão expostos à luz solar direta devem redobrar os cuidados com a pele.
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