O nome é um pouco complicado, mas na prática o Sistema Integrado de Monitoramento e Modelagem Numérica Climatológica e Ambiental para Santa Catarina vai ajudar o Estado em uma missão muito importante. Com um supercomputador e o laboratório inaugurado nesta sexta-feira (30) no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de Florianópolis, Defesa Civil, Instituto do Meio Ambiente (IMA) e outras instituições terão uma nova ferramenta para analisar as condições do tempo e qualidade do ar e, assim, melhorar a capacidade de previsão e prevenção aos eventos extremos.

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A novidade é fruto de um investimento de R$ 2,5 milhões através do projeto Multilab, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Coordenado pelo professor do IFSC, Mário Quadro, o sistema é composto por quatro estações que estão sendo instaladas para monitorar desde chuva, temperatura, vento e umidade relativa do ar, até gases poluentes e de efeito estufa. Os equipamentos ficarão em Florianópolis, Joinville, Criciúma e Chapecó — escolhidos com base em um estudo de dissertação do mestrado em Clima e Ambiente do IFSC.

A “cereja do bolo” do laboratório é um supercomputador capaz de executar previsões de tempo e clima mais rapidamente, o que vai permitir uma melhor análise do que ocorre na atmosfera sobre Santa Catarina. O Estado é anualmente castigado pelos eventos extremos, especialmente pelas enxurradas, alagamentos e enchentes.

A tecnologia de última geração, então, vem para auxiliar no combate aos impactos desses fenômenos. Isso porque o IFSC vai trabalhar em conjunto com o IMA, Defesa Civil, Epagri/Ciram, Dive e outros órgãos de ensino e pesquisa nacionais e internacionais. Todos terão acesso aos dados das estações e da potente máquina através de um sistema de visualização.

Com muitos ajustes e instalações em andamento, o funcionamento pleno de cada “peça” do sistema integrado é esperado para o final do próximo semestre. Com o dinheiro garantido e itens essenciais já ganhando forma nos campi, a inauguração do laboratório em Florianópolis foi comemorada em uma cerimônia no IFSC de Florianópolis, na tarde desta sexta:

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— Não existe Estado no Brasil que tenha capacidade semelhante ao que estamos instalando. Até nisso somos pioneiros — comemorou o coordenador do projeto durante o evento.

Qualidade do ar

— Sabendo a condição do ar, dá para fazer prevenção de controle e qualidade em saúde, doenças respiratórias e tal. É algo que a sociedade não se preocupava tanto em Santa Catarina e pode se tornar o novo normal — opinou Mário.

Santa Catarina tinha, até então, três estações de monitoramento da qualidade do ar: duas em Tubarão e uma em Capivari de Baixo. O trio, porém, pertence à empresa dona da Usina Termelétrica Jorge Lacerda, já que a instalação dos equipamentos foi uma condicionante estabelecida pelo IMA para a licença ambiental de operações da usina que tem o carvão como matriz energética.

A partir deste ano, os quatro equipamentos darão uma ideia mais precisa de como está a qualidade do ar catarinense. Em episódios de queimadas, por exemplo, estudos poderão ser feitos para avaliar os estragos para os moradores do Estado.

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