Com a alta nas internações, Santa Catarina também tem registrado aumento nos casos ativos de Covid-19. Em um mês, o Estado registrou crescimento de 203,42% no número de pacientes que ainda estão em tratamento do vírus. Para especialistas, a chegada do frio é um dos principais fatores para a disseminação.
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De acordo com o Painel do Coronavírus, do NSC Total, só nesta quarta-feira (2), 14.258 moradores do Estado ainda podiam transmitir o vírus. Para efeitos de comparação, há um mês, em 2 de maio, esse número era de 4.699.
Para o infectologista e professor da Univille Tarcisio Crocomo, o aumento no número de casos demonstra que a pandemia ainda não terminou.
— O aumento dos casos, em primeiro lugar, comprova e mostra que o vírus veio para ficar. Ou seja, sempre estará circulando entre nós. Portanto, estando presente, ele favorece a sua disseminação — explica.
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Já o médico infectologista e professor na Unisul Rogério Sobroza de Mello salienta que as pessoas também relaxaram com as medidas, principalmente, o uso de máscaras, o que tem contribuído não só para o aumento nos casos de Covid, mas também de Influenza.
— Tem duas coisas que acabam colaborando. Uma delas é que até ano passado, as crianças estavam usando máscara e em casa. Como não pegaram doença, não formou anticorpus, e agora há mais circulação do vírus influenza ou endonovírus — diz.
4º onda?
De acordo com o Painel do Coronavírus, ao menos 263 cidades catarinenses têm casos ativos da doença nesta quinta-feira (2). Só em Florianópolis, por exemplo, são 1.937, o que representa 13,58% do total.
Apesar disso, especialistas divergem se a situação pode ser considerada uma 4º onda da doença, principalmente porque não há aumento nas internações ou mortes pela doença. Em maio, foram 74 vítimas para a doença – 12 a mais do que em abril.
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— Os casos têm se apresentado até agora sem maior gravidade certamente pela proteção das vacinas. Mas alerto para os cuidados preconizados desde o inicio da pandemia. Os números mostram crescimento do número de casos, o que podemos considerar quarta onda — diz o infectologista Tarcisio Crocomo.
— Eu acredito que não [estamos numa quarta onda]. Os casos aumentaram, mas internações aumentaram muito pouco, principalmente em UTI, do que era anteriormente. A não ser que se tenha uma nova variante, não acredito que seja uma nova onda — relata o médico Rogério Sobroza de Mello.
Com o aumento dos casos, os médicos reforçam a importância das medidas de prevenção, principalmente a vacinação contra a Covid. A dose de reforço, por exemplo, está bem abaixo da meta da Secretaria de Estado da Saúde: apenas 46,75% dos adultos com mais de 18 anos tomaram a dose extra, segundo o Monitor da Vacina do NSC Total.
— Nessa época do inverno, aumenta esse tipo de transmissão e de vez em quando vai diminuir. Por isso é necessário o reforço — complementa Mello.
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Como trouxe a colunista do NSC Total Dagmara Spautz, a principal ação do governo estadual para controlar o aumento na quantidade de contaminações e internações é o reforço da estratégia de vacinação, tanto da Covid-19 quanto da gripe.
Além disso, o Estado deve investir na regionalização das medidas sanitárias. Ou seja, a autonomia de definir sobre os regramentos ficará a cargos dos municípios.
— As medidas para conter o aumento são vacinação, utilizar máscaras, principalmente em ambientes fechados, e higiene das mãos. Isso não é novidade, mas sem dúvida já é comprovadamente útil. Nunca é demais reforças essas recomendações — esclarece o infectologista Tarcisio Crocomo.
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