Três regiões de Santa Catarina estão com 100% dos leitos de UTI ocupados nesta quarta-feira (1º). As informações são do Painel de Leitos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e engloba as vagas destinadas a adultos e crianças. A taxa de ocupação no Estado atualmente é de 96,57%. 

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Dos 1.051 leitos, apenas 36 estão disponíveis. As regiões sem leitos são Meio Oeste e Serra, Vale do Itajaí e Foz do Rio Itajaí. Nas demais, a situação é o seguinte: 

  • Grande Oeste: 97,33%, com duas vagas
  • Planalto Norte e Nordeste: 94,40%, com 15 vagas
  • Grande Florianópolis: 97,94%, com 4 vagas
  • Sul: 89,93%, com 15 vagas

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Se levar em conta os leitos de UTI destinados apenas para adultos, a taxa de ocupação é de 96,26%: dos 775 leitos, 746 estão ocupados, de acordo com a SES. Dos pacientes, 62 estão com Covid-19. 

Já no setor pediátrico, a situação é mais crítica: nas UTIS pediátricas, a taxa de ocupação é de 96,88%, com 93 das 96 vagas ocupadas. Nas UTIs neonatal, 97,78% das vagas estão ocupadas – apenas quatro leitos estão disponíveis.

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Atualmente, sete pacientes pediátircos aguardam por um leito de UTI junto à Central Estadual de Regulação de Internações Hospitalares (CERIH). Destes, seis têm problemas respiratórios. A maioria está na Serra, onde há três crianças a espera de uma vaga.

Emergências também estão sobrecarregadas

“Não deram previsão”, diz paciente sobre espera em hospital (Foto: Tiago Ghizoni/Diário Catarinense)

O aumento dos casos de doenças respiratórias também tem sobrecarregado as unidades de saúde. Pacientes têm esperado horas por atendimento. A aposentada Jaqueline Cunha, de 54 anos, é uma delas. Moradora de Florianópolis, ela levou a filha de 18 anos, que está com sintomas de gripe, até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Sul, por volta das 10h para atendimento nesta quarta-feira (1º). Às 14h, a jovem ainda não tinha passado por um médico. 

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— Nós chegamos a fazer a triagem e pediram para aguardar a ser chamada, e até agora nós estamos aqui esperando. Até liguei pro meu marido para trazer algo para a gente almoçar. Aqui ninguém almoçou nada — comenta. 

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Ela diz, ainda, que várias pessoas acabaram desistindo do atendimento, devido à demora na unidade. Outro homem, que não quis se identificar, relata que a unidade informou que haverá atraso no atendimento do filho, que também está com sintomas gripais. 

— Eu cheguei aqui e já vi a situação [da lotação] pelo estacionamento. A médica da triagem disse que iria atrasar o nosso atendimento. Mas não deram nenhuma previsão em relação ao horário — relata o homem que já registrou a demora no atendimento em outras três oportunidades na UPA Sul. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis informou que os serviços de pronto atendimento estão com busca intensa e os tempos de espera podem ser maiores em casos de menor gravidade. A principal procura é devido a sintomas de doenças respiratórias. 

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Nas UPAs, por exemplo, todos são submetidos a uma classificação de risco, sendo que os casos mais graves são atendidos primeiro. Uma das orientações é de que a pessoa procure as unidades de saúde ou, então, busque o serviço de atendimento pré-clínico (Alô Saúde) para que receba uma primeira avaliação remota e evite a ir locais com maior fila. 

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Todo esse cenário fez com que o governador Carlos Moisés determinasse a elaboração de um estudo técnico para avaliar a viabilidade de um decreto de situação de emergência em saúde em Santa Catariana. 

— Ele vai permitir mais segurança para os gestores do Estado e dos municípios para incrementar os serviços de saúde, fazerem aquisições emergenciais, locação de equipamentos e contratação de pessoal. Essas medidas são necessárias para que agora, no período mais frio, possamos ofertar mais serviços e mais qualidade para a população catarinense — explica o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto.

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Além disso, o Estado descarta, no momento, a volta da obrigatoriedade do uso de máscaras. Mas salienta que a recomendação do equipamento de proteção segue valendo, principalmente em ambientes fechados. 

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Casos de Covid-19 voltam a crescer 

Em paralelo a lotação dos hospitais, Santa Catarina voltou a registrar crescimento nos casos de Covid-19 nas últimas semanas. Nesta quarta-feira, segundo o Painel do Coronavírus do NSC Total, 13.601 pessoas ainda estão em tratamento da doença – maior número desde 5 de março. 

De acordo com os dados do Painel, em um mês, o Estado teve um crescimento de 168,37% nos casos ativos de Covid-19.  

Atualmente, 262 municípios tem casos ativos da doença em Santa Catarina. Florianópolis lidera a lista com 1.987 pacientes, seguida de Joinville, com 1.582, e Chapecó, com 806. 

Desde o início da pandemia, 1.743.857 casos de Covid-19 foram confirmados no Estado. Já em relação as mortes, são 21.858 em dois anos de pandemia. 

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