Em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (24), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que não há cessar-fogo no conflito com a Rússia porque Moscou se recusa a negociar um acordo de paz. Ele também denunciou o sequestro de milhares de crianças ucranianas pelas forças russas e fez um apelo internacional pela devolução delas.
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Zelensky alertou ainda para o risco crescente do uso de armas nucleares e acusou a Rússia de continuar atacando a usina de Zaporizhzhia, uma das maiores da Europa, aumentando o temor de um desastre radioativo. O líder ucraniano também criticou o sistema internacional, que, segundo ele, falha em proteger países em guerra e permite que o poder das armas se sobreponha ao direito internacional.
— Se uma nação quer paz, ainda precisa trabalhar com armas. Não o direito internacional, nem a cooperação, mas as armas decidem quem sobrevive. Estamos vivendo a corrida armamentista mais destrutiva da História da humanidade, porque desta vez ela inclui a inteligência artificial — afirma.
Trump diz que Ucrânia pode recuperar território perdido
Nessa terça-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em seu discurso na ONU que acredita que a Ucrânia pode reconquistar todo o território tomado pela Rússia desde o início da invasão em fevereiro de 2022 e “ir além”.
Analistas apontam que o presidente americano busca se desvincular do conflito, transferindo a responsabilidade para os países europeus, enquanto mantém os EUA como fornecedor de armas à OTAN.
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— Continuaremos a fornecer armas à OTAN para que façam o que quiserem com elas — escreveu Trump em sua rede Truth Social.
Conflito sem fim à vista
A guerra na Ucrânia já dura mais de três anos. A Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano, incluindo regiões anexadas em 2022 — Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia — e a Crimeia, tomada em 2014.
Enquanto isso, a Ucrânia intensifica ataques dentro do território russo, mirando infraestrutura militar. Ambos os lados negam ter como alvo civis, mas milhares já morreram, a maioria ucranianos. Estimativas dos EUA apontam que cerca de 1,2 milhão de pessoas foram feridas ou mortas desde o início do conflito.
*Com informações do O Globo
**Sob supervisão de Luana Amorim
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