Uma criança foi internada em Campo Alegre, no Norte de Santa Catarina, após a confirmação do segundo caso de meningite bacteriana na região. O comunicado foi divulgado pela prefeitura nessa quarta-feira (8) e informa que a doença foi causada pela bactéria Haemophilus influenzae. Pessoas que tiveram contato próximo com o paciente já passam por tratamento preventivo.

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O paciente, que não teve a idade divulgada, está internado no hospital infantil de referência, sob acompanhamento médico, com estado estável e boa evolução clínica. No comunicado oficial, a prefeitura afirma que a Secretaria de Saúde já adotou todos os protocolos epidemiológicos previstos pelo Ministério da Saúde. 

Entre as medidas implementadas está a administração preventiva de antibióticos (quimioprofilaxia) para todas as pessoas que tiveram contato direto e prolongado com a criança, incluindo familiares e professores. 

Ainda, o comunicado reforça que a meningite causada por Haemophilus influenzae não se transmite facilmente, pois é preciso um contato próximo e prolongado com o portador da bactéria. Por esse motivo, apenas os amigos e familiares mais próximos estão sendo protegidos por seus esquemas vacinais. Não houve necessidade de suspensão das atividades escolares.

Além disso, as crianças vacinadas contra a Haemophilus influenzae tipo b (Hib) estão protegidas contra as formas mais graves da doença. As vacinas, inclusive, estão disponíveis gratuitamente em todas as Unidades de Saúde da cidade, de segunda a sexta-feira. 

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Sobre a doença

A meningite é uma doença grave, de evolução rápida, que se caracteriza pela inflamação das membranas que recobrem o sistema nervoso central, as meninges. A doença pode ser contraída por meio de diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos e agentes não infecciosos como traumatismo. Até agosto deste ano, 418 casos foram registrados, conforme as informações da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).

As meningites de origem infecciosa são transmitidas de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente, de acordo com a Dive.

Os principais sintomas são dor de cabeça, vômito, rigidez na nuca e manchas vermelhas na pele, conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica. O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento precoce. 

Os grupos etários mais vulneráveis são crianças menores de 5 anos e adultos maiores de 60 anos de idade. Para evitar o contágio as pessoas devem manter ambientes arejados, higienizar bem mãos e objetos de uso diário e evitar locais fechados e mal ventilados com crianças.

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A vacina é o principal meio de prevenção à doença e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), integrando o Calendário Básico de Vacinação. As doses que garantem a proteção para as crianças contra alguns dos tipos de meningite (meningite por tuberculose, meningite pneumocócica, meningite meningocócica e meningite por hemófilos).

Barra Velha registrou caso da doença em setembro

Uma moradora de Barra Velha, no Litoral Norte de Santa Catarina, foi internada após o primeiro caso de meningite bacteriana neste ano na cidade. A informação foi divulgada pela Secretaria de Saúde em 30 de setembro.

A Secretaria da Saúde do município do Litoral Norte confirmou que a paciente, de 45 anos, é uma moradora do bairro São Cristóvão e foi internada com quadro clínico considerado estável. Ela chegou a ser transferida para o Hospital São José, em Jaraguá do Sul, onde passou por tratamento. Ao longo de 2024, nenhum caso havia sido registrado em Barra Velha.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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