Seis golfinhos foram encontrados mortos nos últimos 10 dias em praias de Florianópolis. Dois casos ocorreram na praia do Moçambique e os outros, em Canasvieiras, Armação, Pântano do Sul e Joaquina.

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O que explica os “degraus” na areia da praia alargada de Balneário Camboriú

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Os animais são conhecidos também como toninhas (Pontoporia blainvillei) e são o pequeno cetáceo mais ameaçado de extinção no litoral brasileiro.

Segundo a equipe da R3 Animal, responsável pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no trecho que envolve Santa Catarina, em cinco animais foram identificadas lesões que indicavam interação com o homem. Um exemplo são marcas lineares no rostro (bico). A toninha encontrada na praia da Joaquina estava sem a cauda, com um corte linear que teria sido feito como um objeto cortante, como uma faca.

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A necropsia completa foi possível somente em um dos animais. O exame demonstrou como causa de morte asfixia/afogamento, o que segundo a entidade indica uma provável captura incidental em rede de pesca (Bycatch).

Os altos níveis de mortalidade em rede de pesca somado às outras potenciais ameaças fazem da toninha a espécie de cetáceo mais ameaçada do Oceano Atlântico Sul Ocidental, segundo a R3 Animal.

A principal ameaça à conservação da espécie é a mortalidade devido à captura incidental em redes de pesca, principalmente de emalhe, que é registrada há mais de meio século no Brasil, Uruguai e Argentina. Mesmo não sendo alvo da pesca, os animais são capturados sem a intenção e acabam morrendo.

Toninha morta em praia de Florianópolis
Golfinhos foram encontrados mortos em praias de Florianópolis (Foto: Amanda Fernandes, R3 Animal)

Em média morrem duas mil toninhas por ano capturadas em redes de pesca. Os números podem levar a quantidade de toninhas ao colapso se permanecerem nesse patamar. Em algumas regiões ao Sul de sua distribuição esse colapso pode acontecer em menos de 30 anos, segundo a R3, o que chama a atenção para a importância de diminuir as capturas acidentais.

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Quem avistar um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia pode ligar para 0800 642 3341, das 7h às 17h.

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