Como surgiram e o que significam os símbolos típicos do Natal? A árvore, as bolas e a estrela que a enfeitam, o presépio montado ao lado, o peru e o panetone na hora da ceia, a guirlanda de flores pendurada na porta, os sinos… E o Papai Noel, é claro! Associamos tudo isso com uma das festas mais celebradas do ano, mas nem sempre paramos para pensar no significado por trás desses objetos e tradições.
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Confira abaixo algumas curiosidades sobre dez símbolos típicos do Natal:
Árvore
Antes de o Natal ser incorporado pela tradição cristã, já era costume entre os povos pagãos da Europa decorar árvores nessa época do ano: apesar de os países europeus estarem no auge do frio em dezembro, a celebração no solstício de inverno representava justamente a esperança no retorno da luz e do calor. A árvore escolhida era tradicionalmente um pinheiro, espécie que consegue manter suas folhas mesmo em meses de muito frio – costume mantido até hoje. Originalmente, a decoração era feita com elementos naturais, como frutos, pinhas e flores.
Uma curiosidade: reza a lenda que o hábito de colocar os presentes embaixo da árvore surgiu com a Rainha Elizabeth I da Inglaterra (1533-1603) – sem conseguir receber pessoalmente todos os presentes, a soberana ordenou que tudo o que chegasse fosse colocado sob uma grande árvore nos jardins.
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Bolas
Como já comentamos, inicialmente as árvores decoradas para o Natal (ou o inverno) eram enfeitadas com elementos naturais – assim, as bolas de Natal modernas representam os antigos frutos usados na decoração. O mito em torno da tradição conta que, na Alemanha, em um inverno particularmente rigoroso, não havia frutos sobrando para enfeitar as árvores; e, por isso, um artesão criou frutos de vidro para subtituí-los – iniciando o costume de usar itens artesanais no lugar dos naturais.
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Papai Noel
Há muitas histórias a respeito da origem da lenda e da imagem do Papai Noel. A mais conhecida delas diz respeito ao bispo São Nicolau Taumaturgo, que viveu no século IV, na Turquia, e é o santo padroeiro de países como Rússia, Noruega e Grécia. Segundo as histórias, Nicolau tinha o costume de sair às ruas com um saco de moedas, que jogava pelas janelas e chaminés das casas das famílias mais necessitadas.
Já a imagem moderna do Papai Noel, com roupa vermelha e branca, foi criada em 1886, pelo cartunista alemão Thomas Nast – e popularizada quando uma campanha da Coca-Cola incorporou as artes de Nast, em 1931.
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Presépio
O presépio, é claro, é uma representação do cenário em que Jesus nasceu – com figuras mostrando o Menino Jesus, seus pais Maria e José, os animais do estábulo, os três reis (Baltazar, Gaspar e Melchior) que foram homenagear Jesus em seu nascimento, a Estrela de Belém (que indicou o caminho que os reis deveriam seguir) e o anjo (que anuncia o nascimento ao mundo).
São Francisco de Assis teria sido o primeiro a montar um presépio, em 1223, na Itália, com o objetivo de mostrar aos fiéis como teria sido o nascimento de Jesus. De início, o cenário era montado apenas nas igrejas.
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Estrela
A estrela de Natal teoricamente foi aquela que indicou aos três reis onde o Menino Jesus estava: como Jesus nasceu em Belém, ela também é conhecida como Estrela de Belém; e tradicionalmente é usada na decoração do presépio ou no topo da árvore de Natal.
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Hoje a ciência supõe que o que foi visto no céu naquela noite foi um alinhamento entre os planetas Júpiter e Saturno – um fenômeno astronômico raro que forma um ponto brilhante de luz, e que é chamado, por causa da narrativa bíblica, de “Estrela de Belém”. Neste mês de dezembro, após centenas de anos, o fênomeno poderá ser novamente observado, entre os dias 21 e 25 de dezembro.
Sino
Os sinos estão entre os símbolos natalinos por representarem um chamado: sinos tradicionalmente são usados para avisar as pessoas para se reunirem para um acontecimento ou prestarem atenção a um anúncio importante que será feito em seguida – ou seja, simbolicamente, representam o anúncio do nascimento de Jesus.

Anjo
O anjo Gabriel é um personagem importante na história do nascimento de Jesus, sendo inclusive representado no presépio: foi ele quem anunciou à Maria que ela daria à luz o filho de Deus. Além disso, os anjos, simbolicamente, também anunciam ao povo o nascimento de Jesus. A figura do anjo, assim como a estrela, é um enfeite tradicional para o topo da árvore de Natal.
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Guirlandas e coroas de folhas e flores
Guirlandas de folhas e flores são uma tradição desde a Antiguidade, e são um sinal de boas-vindas – ou seja, representam a alegria de receber quem nos visita para as festas. Não à toa, o costume é pendurá-las na porta de entrada da casa. Em algumas culturas, a guirlanda também remete a quando o povo judeu marcou as portas de suas casas para evitar o castigo divino que recaiu sobre o povo egípcio: pendurar a guirlanda na porta seria uma maneira de atestar que os moradores daquela casa são cristãos e estão protegidos por Deus.
Na tradição cristã, existe ainda a Coroa do Advento, uma espécie de guirlanda onde são colocadas quatro velas: uma para semana que antecede o Natal. As velas são todas vermelhas ou têm cores diferentes entre si, e neste caso são acesas na seguinte ordem: verde, vermelha, roxa e branca. A Coroa do Advento é usada principalmente em igrejas desde o final do século XIX.

Peru
A tradição de servir peru na ceia natalina foi “emprestada” de outro feriado: o Dia de Ação de Graças norte-americano, que chega a ser conhecido como “Turkey Day” (ou o “dia do peru”) – cerca de 50 milhões de aves são consumidas nos Estados Unidos na data. O Dia de Ação de Graças, ou Thanksgiving Day, surgiu em 1621, e se tornou um dos feriados norte-americanos mais importantes.
Panetone
Um ajudante de cozinheiro do duque Ludovico Sforza, na Milão do século XV, seria o inventor do panetone: chamado Toni, o rapaz improvisou um pão doce para servir em um banquete oferecido pelo duque em uma festa de Natal ao deixar os biscoitos originalmente planejados queimarem no forno. Com o sucesso, a receita passou a ser conhecida como “pão de Toni”, o que teria dado origem ao nome da iguaria.
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Você certamente já ouviu essa história, né? Mas ela não passa de folclore: o panetone certamente nasceu na Itália, mas é uma receita de tradição coletiva, sendo difícil determinar com precisão sua data e local de nascimento. Um dos primeiros registros da existência do pão foi feito em 1470 por um homem chamado Giorgio Valagussa – o documento está preservado na Biblioteca Ambrosiana de Milão.
Já a produção industrial do panetone começou em 1919, quando o padeiro italiano Angelo Motta adicionou levedura à receita original e embrulhou a massa em um papel manteiga especial. Outro padeiro, Gioacchino Alemagna, adaptou a receita de Motta em 1925 – e a competição entre os dois padeiros foi responsável por boa parte da popularização do alimento pelo mundo.