Em 2025, ao menos sete municípios de Santa Catarina já decretaram situação de emergência devido aos efeitos da erosão costeira, marés de tempestade e ressacas que vêm atingindo o litoral catarinense. As ocorrências foram registradas em Balneário Barra do Sul, Passo de Torres, Barra Velha, Itapoá, Garopaba, Itapema e São Francisco do Sul, segundo decretos publicados pelas prefeituras e homologados pela Defesa Civil.

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Os decretos autorizam medidas emergenciais para contenção de danos, recuperação de estruturas e dragagem de canais afetados pelo avanço do mar, fenômeno que tem se intensificado nos últimos meses.

Balneário Barra do Sul tem dois decretos por erosão e maré de tempestade

Em Balneário Barra do Sul, a prefeitura publicou dois decretos — o nº 2.052, de 16 de maio, e o nº 2.074, de junho — reconhecendo emergências distintas: uma por erosão costeira e outra por maré de tempestade e ressaca.

De acordo com a Defesa Civil Municipal, o assoreamento do canal da Boca da Barra e a erosão da restinga colocam em risco a navegação, especialmente de pescadores artesanais e embarcações de transporte de passageiros.

— Este ano tivemos uma interferência maior da erosão costeira, tanto na região do estuário quanto na praia. Estamos realizando dragagem e avaliando soluções de engenharia para conter o avanço do mar na região das Salinas e Boca da Barra — informou a Defesa Civil local.

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Passo de Torres sofre com assoreamento do Rio Mampituba

No extremo sul do Estado, Passo de Torres decretou emergência em 6 de março, após o assoreamento do Rio Mampituba causado pela erosão marinha. O bloqueio do canal impede o tráfego seguro de embarcações pesqueiras e ameaça a economia local.

A Colônia de Pescadores e a Secretaria de Pesca alertaram para o risco de acidentes e para as dificuldades no transporte de pescado. O decreto autoriza ações imediatas de desassoreamento, dispensa de licitação em contratações emergenciais e mobilização de voluntários para apoio às famílias afetadas.

Erosão e maré alta também afetam Itapoá

A Prefeitura de Itapoá decretou situação de emergência no dia 26 de setembro após fortes chuvas e maré alta provocarem erosão costeira em diversos pontos do litoral. O Decreto nº 7.555/2025 autoriza a mobilização de órgãos públicos, convocação de voluntários e uso emergencial de propriedades particulares em áreas de risco, com indenização posterior.

O município também prevê desapropriações em locais de utilidade pública e dispensa de licitação para obras de recuperação que possam ser concluídas em até um ano.

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Barra Velha adota obras emergenciais em áreas críticas

Em Barra Velha, o Decreto nº 2.262/2025, de 29 de setembro, reconheceu estado de emergência em função da ressaca e da erosão costeira que atingiram principalmente as Praias da Península e Pedras Brancas e Negras. A prefeitura já obteve licenciamentos de obras para conter os impactos, incluindo técnicas de estabilização de orlas e proteção de vias públicas e imóveis.

As medidas emergenciais terão vigência de 180 dias e poderão ser executadas sem licitação, conforme legislação federal e estadual de desastres naturais.

Garopaba enfrenta destruição de dunas e assoreamento da lagoa

Em 19 de agosto, Garopaba decretou emergência nas áreas costeiras após ressacas entre 30 de julho e 10 de agosto provocarem destruição de dunas, queda de árvores e danos a contenções. O canal da Barra da Ferrugem foi aterrado, aumentando o risco de inundações.

Segundo o diretor da Defesa Civil local, Guilherme Ramos de Lima Cipriano, “ondas de até 4,5 metros atingiram as praias e destruíram todas as contenções da Barrinha”. A prefeitura iniciou a abertura do canal da Barra do Capão para escoar a água acumulada e reduzir o risco a bairros próximos.

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O decreto autoriza contratações emergenciais e o uso de propriedades privadas em casos de risco iminente.

Itapema decreta emergência após ressaca destruir orlas

Nesta segunda-feira (7), Itapema também declarou situação de emergência após a maré de tempestade causar alagamentos e destruição de calçadões e quiosques nas praias da Meia Praia, Ilhota e Centro.
De acordo com a Defesa Civil, as ondas avançaram sobre a faixa de areia e atingiram estruturas de contenção, exigindo intervenções emergenciais.

— O mar avançou com muita força e provocou danos significativos, principalmente na Meia Praia. Já estamos com as equipes isolando as áreas e iniciando os reparos — afirmou Moisés Motta, diretor da Defesa Civil.

O Decreto nº 099/2025 tem validade de 180 dias e permite ações imediatas de recuperação, sem licitação.

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São Francisco do Sul

Em junho, São Francisco do Sul publicou um decreto de emergência por conta dos impactos da erosão costeira. Nesta última semana, a cidade voltou a registrar estragos por conta do fenômeno, e por conta disso deve editar novo decreto de situação de emergência, conforme informou o colunista Jefferson Saveedra.

O novo texto está em preparação e deve elevar o nível de intensidade da emergência, com validade em todo o município. A ressaca trouxe estragos recentes para o novo calçadão na orla da Enseada, em trechos perto da foz do rio Acaraí e no entorno da avenida Atlântica com a rua Paraná.

Estragos também em Florianópolis

Além das sete cidades que decretaram situação de emergência, a capital Florianópolis também registrou estragos por conta da combinação de lua cheia, maré alta e ventos costeiros. A capital estuda decretar emergência.

A força da maré alta que atingiu a Praia dos Ingleses, bairro no Norte de Florianópolis, durante a madrugada desta terça-feira (7), provocou destruição em propriedades à beira-mar. Segundo a Defesa Civil e a prefeitura, ondas de até 1,40 metro avançaram sobre a faixa de areia e alcançaram estruturas residenciais.

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