A jovem Luana Rocha é uma das sobreviventes que conseguiu pular do balão que pegou fogo durante voo no último sábado (21) em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina. Ela estava com os pais, Everaldo e Janaína Rocha, que morreram na tragédia.

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Nas redes sociais, Luana lamentou a morte dos pais. “Para sempre. Eternamente nós três. Vocês eram tudo para mim. Eu só tinha vocês”, publicou. Ela ainda postou uma foto da mãe em que disse: “Meu tudo, minha melhor amiga para sempre. Eu te amo infinitamente.”

Everaldo e Janaína foram velados na manhã deste domingo (22) no Cemitério Parque Jardim das Flores de Joinville.

Vítimas de queda de balão em chamas em SC são veladas neste domingo

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Anderson Pitz, pároco da paróquia São João Batista, conta que o casal era engajado com a comunidade, não só católica, mas do bairro, buscando sempre melhorias para os moradores da região. Eles participavam da igreja localizada no bairro Jardim Iririú.

— A notícia do acidente de ontem abalou muito a nossa comunidade porque o casal era extremamente envolvido na comunidade católica, do bairro, eram pessoas muito atuantes, que sempre olharam e prezaram pelo bem da comunidade. Eles tinham sempre esse olhar de cuidado. […] Eu me lembro, a Janaína me cobrava para que a gente buscasse melhorias para os nossos bairros perante as autoridades, o legislativo e o executivo da cidade, e lá íamos nós juntos buscando uma lombada, uma faixa melhor pintada. Isso era muito bonito — cita o padre.

O pároco também lembra da dedicação à igreja, pois Everaldo e Janaína foram coordenadores do movimento de casais encontristas e, recentemente, também ministros da comunhão. 

— Pessoas que eram engajadas na coordenação da paróquia, realmente muito ativas e sobretudo com esse olhar sempre em prol também do próximo — recorda Pitz.

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Veja quem são as vítimas do acidente com balão em Praia Grande

Entenda o acidente

O piloto, que sobreviveu, informou à Polícia Civil que o fogo teria começado no cesto, vindo de um maçarico usado no balão de ar quente. Ele disse que tentou controlar o incêndio, mas o extintor não funcionou. Como o balão ainda estava próximo ao solo, o piloto teria dito que desceria até o chão e orientou as pessoas a pularem do cesto.

Dos passageiros, 13 conseguiram saltar. No entanto, o balão logo voltou a subir, devido à diminuição do peso no cesto e ao ar quente causado pelas chamas. Vídeos feitos por pessoas que passaram pelo local registraram o momento em que cesto está em chamas, no ar, e poucos segundos depois se solta e despenca no chão. De acordo com os bombeiros, quatro pessoas morreram carbonizadas dentro do cesto e outras quatro morreram na queda.

A investigação foi iniciada logo depois do acidente. Além do piloto, a Polícia Civil já ouviu cinco sobreviventes. Imagens ainda estão sendo colhidas e documentos indicaram que a empresa tinha autorização para a prática.

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A Polícia Civil deve responder se houve negligência, imprudência, imperícia ou dolo para assumir o resultado. A depender das análises, piloto e proprietário da empresa responsável pelo voo podem ser indiciados por homicídio doloso ou culposo, informaram os investigadores no sábado, em entrevista coletiva.

Em nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (Fab), informou que investigadores se deslocaram da base aérea de Canoas (RS) até o local do acidente para levantar informações iniciais sobre a queda do balão em Praia Grande.

“A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Quando concluído, o Relatório Final será publicado no site do Cenipa, acessível a toda a sociedade”, disse o Cenipa.

A empresa responsável pelo passeio, Sobrevoar, informou que todas as operações foram encerradas por tempo indeterminado, em nota divulgada no sábado. A companhia também disse que cumpria todas as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que está prestando apoio aos familiares das vítimas.

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