Ao menos oito pessoas morreram após o soterramento de onze casas provocado pela chuva no bairro Jorge Teixeira, na zona leste de Manaus, na noite deste domingo (12). Quatro vítimas são pessoas adultas e as outras quatro são crianças. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade.
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Uma pessoa chegou a ser resgatada com vida, mas não resistiu aos ferimentos. Houve gritaria entre os moradores para pedir socorro médico no momento em que a vítima foi encontrada ainda viva. Outras três pessoas foram resgatadas e sobreviveram.
O prefeito David Almeida (Avante) afirmou que vai decretar estado de calamidade pública em razão das chuvas desse domingo.
— Nós já temos contratos para essas ações e para facilitar o repasse de recursos federais, eu vou decretar calamidade pública. Inclusive, estava com o secretário nacional de Defesa Civil conversando sobre isso, e nós estaremos amanhã com o presidente (da República) levando todo o levantamento dessas áreas e do que aconteceu no dia de ontem. Já levo o decreto em mãos para o governo federal. Com isso, agiliza a tramitação da liberação de recursos — disse Almeida.
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Bombeiros, funcionários da prefeitura e voluntários fazem buscas no local a procura de sobreviventes e de corpos. Imagens nas redes sociais mostram moradores do bairro ajudando no resgate no escuro, no meio da lama, dos restos das casas e em clima de comoção.
A Prefeitura de Manaus ativou o comitê de gestão de crise por causa das fortes chuvas na cidade no fim de semana e do desmoronamento que ocorreu na noite de domingo.
O prefeito e o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), foram ao local para acompanhar os trabalhos de socorro. Segundo o prefeito, a região onde ocorreu o desmoronamento é de alto risco e há mais 62 áreas nessa mesma situação em Manaus.
— Estamos desde a madrugada aqui. Temos 74 pessoas abrigadas em uma igreja e logo serão transferidas para uma escola na rua Topázio. Nós estamos pagando o auxílio aluguel para todos os moradores, vamos fazer a distribuição de cestas, colchões e auxiliar naquilo que for preciso. Nós vamos iniciar os trabalhos de cima para baixo, para que possamos resolver o problema — assegurou o prefeito.
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O desmoronamento atingiu casas que ficavam na parte de baixo de um barranco. De acordo com a prefeitura, o acumulado de chuva foi de 96 mm nas últimas horas na região em que houve o soterramento.
Ainda de acordo com o prefeito, a Defesa Civil recebeu 110 chamadas no domingo, mas nenhuma da área atingida.
— Nós tivemos 110 chamadas ontem. Nesse local não houve nenhum chamado. Não tinha nenhum sinal [de problemas], segundo os próprios moradores. A chuva acabou as 14h e aconteceu [o deslizamento] após as 21h — disse.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura divulgou nota dizendo que as chuvas intensas e concentradas tornam as encostas de Manaus suscetíveis a deslizamentos.
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O aumento repentino no volume de água recebido pelo solo íngreme provoca o encharcamento do talude e a consequência são os deslizamentos de terra.
*Por Francisco Lima Neto e Cristina Camargo
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