A empresa RR Donnelley, que tinha unidade em Blumenau, no Vale do Itajaí, está na mira de uma operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (7). 

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A investigação apura o suposto superfaturamento de R$ 130 milhões em contratos firmados com gráficas que imprimiam provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

Segundo as apurações, as fraudes ocorreram entre 2010 e 2019 e envolveram também a empresa Valid.

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A Polícia Federal suspeita que servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) favoreceram a Valid e a RR Donnelley em contratos milionários. 

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A operação também aponta que funcionários são suspeitos de enriquecimento ilícito. O g1 entrou em contato com o órgão, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

A operação investiga crimes contra a lei de licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ao todo, são cumpridos 41 mandados de busca e apreensão nos estados do Distrito Federal, Rio de Janeiro e em São Paulo. 

Não há nenhuma ordem judicial sendo cumprida em Santa Catarina, pois a RR Donnelley fechou as portas em Blumenau no ano 2019, ao declarar falência.

Conforme apurou o g1, entre 2010 e 2018, a multinacional que teve unidade no Vale do Itajaí estava à frente da impressão das provas do Enem. A Polícia Federal aponta que a empresa foi contratada pelo Inep sem observar as normas de exigência de licitação. Os policiais identificaram suposto envolvimento de servidores com diretores da companhia.

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A reportagem entrou em contato com as empresas investigadas, mas não obteve retorno até a última atualização desta publicação.

Veículos da Polícia Federal em frente ao Inep, em Brasília
Veículos da Polícia Federal em frente ao Inep, em Brasília (Foto: TV Globo/Reprodução)

Susto e empregos perdidos

RR Donnelley empregava 160 pessoas na unidade de Blumenau. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que aplica o Enem em todo o Brasil, era um dos principais clientes. 

Como publicado pelo colunista Pedro Machado em abril de 2019, a suspeita direcionamento de licitação para que a multinacional fosse a vencedora já existia lá em 2018. Na época, o Tribunal de Contas da União (TCU) defendeu que o governo federal não renovasse o contrato com a RR Donnelley para a impressão do Enem daquele ano.

A RR Donnelley é uma empresa norte-americana e atua na fabricação de papéis, bobinas, formulários e soluções gráficas. Além de Blumenau, a empresa tinha unidades no Brasil nas cidades de Tamboré e Osasco (SP), onde ficava a matriz. É neste foro que o pedido de autofalência da empresa foi analisado. 

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Na manhã de 1º de abril, quase como uma pegadinha alusiva ao dia da mentira, os funcionários chegaram para trabalhar na unidade da Itoupava Central e não conseguiram nem entrar no pátio da empresa. Do lado de fora receberam a informação do encerramento das atividades.

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