Dos dias 29 de dezembro de 2024 a 24 de março de 2025, Santa Catarina registrou 550 notificações de chikungunya. Dessas, 294 foram consideradas casos prováveis e 256 foram descartadas. Dentre os casos prováveis, 191 foram confirmados. Os dados representam um aumento de 568,2% em comparação ao mesmo período do ano passado, apontou um informe da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), que é divulgado de 15 em 15 dias. Na ocasião, 24 municípios catarinenses tinham casos confirmados de chikungunya.
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O número, no entanto, já aumentou. É o que informa o Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS de Santa Catarina (Cieges/SC). Já são 40 municípios catarinenses com casos confirmados de chikungunya, ou seja, o “boom” de casos já deve ser maior do que os 568,2% divulgados pela Dive em março.
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A chikungunya é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também é responsável pela transmissão da dengue e zika. Os principais sintomas da doença surgem entre quatro a oito dias após a picada do mosquito infectado. São eles:
- febre alta (acima de 38,5°C);
- dor intensa nas articulações;
- dor muscular;
- dor de cabeça;
- cansaço extremo;
- manchas vermelhas na pele.
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O diagnóstico é feito com base nos sintomas e pode ser confirmado por exames de sangue específicos, como testes sorológicos e PCR. A doença pode ser mais grave em idosos, recém-nascidos e em pessoas com doenças crônicas. A persistência da dor articular também pode afetar a qualidade de vida por meses após a infecção, de acordo com a Dive.
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Não há vacina contra a chikungunya. Por isso, as medidas preventivas incluem, segundo a Dive:
- Eliminar recipientes que acumulam água, como pneus, garrafas e vasos de plantas;
- Manter caixas d’água e reservatórios devidamente tampados;
- Limpar calhas e lajes para evitar acúmulo de água;
- Utilizar repelentes e roupas de mangas compridas, especialmente durante o dia, quando o mosquito é mais ativo;
- Instalar telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos.
Veja a quantidade de casos confirmados por município de SC
De acordo com o último informe divulgado pela Dive, até o dia 24 de março, eram 24 municípios com casos confirmados pela doença:
- Abelardo Luz: 1
- Águas de Chapecó: 2
- Araquari: 2
- Balneário Camboriú: 6
- Balneário Piçarras: 1
- Blumenau: 1
- Campo Erê: 12
- Canoinhas: 1
- Chapecó: 3
- Concórdia: 1
- Cunha Porã: 1
- Entre Rios: 1
- Florianópolis: 5
- Garopaba: 1
- Guatambú: 1
- Itajaí: 4
- Lages: 1
- Palmitos: 1
- Papanduva: 1
- Pinhalzinho: 1
- Porto União: 1
- São Ludgero: 1
- Xanxerê: 141
- Xaxim: 1
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Decreto de emergência em Xanxerê
Em Xanxerê, município do Oeste catarinense, eram 568 notificações de casos prováveis de chikungunya até o dia 17 de março, data em que o prefeito Oscar Martarello assinou o decreto nº 139, que declara situação de emergência em saúde pública.
Questionada, a Dive informou que as medidas de prevenção em relação às mortes pelo mosquito são de competência do município.
Xanxerê vem tomando essas medidas, segundo a prefeitura. Entre elas, está o atendimento e tratamento das pessoas sintomáticas, fornecimento de medicação, ampliação de equipes de trabalho, campanhas de conscientização da comunidade, mutirões de limpeza nos bairros com maior número de focos, bloqueio de transmissão dos casos suspeitos, aplicação de inseticida peridomiciliar nos casos confirmados, distribuição de repelentes aos casos suspeitos, fumigação de aproximadamente 4.500 bocas de lobo (vala localizada nas estradas pavimentadas onde a água da chuva é escoada e drenada), bem como aplicação do UBV, conhecido como fumacê, na residência e nas proximidades dos casos confirmados.
Nessa quinta-feira (3), o município registrou a terceira morte pela doença, uma idosa de 80 anos. Segundo a prefeitura de Xanxerê, a idosa estava internada no Hospital Regional São Paulo e apresentou os primeiros sintomas no dia 16 de março. A vítima tinha comorbidades e positivou para chikungunya no dia 20 de março.
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Ainda, a jovem Rute Alves, de 22 anos, foi a primeira morte por chikungunya também confirmada no município em 2025. A vítima não apresentava comorbidades, mas havia positivado tanto para dengue como para chikungunya, conforme divulgou a Secretaria Municipal de Saúde.
A segunda morte por chikungunya na região foi de uma idosa de 86 anos, identificada como Jurema Musa Rebelatto, que morava no bairro Tonial. De acordo com a Vigilância Epidemiológica do município, a paciente apresentava comorbidades.
A Vigilância Epidemiológica do município está investigando outro óbito suspeito de chikungunya: uma mulher de 76 anos, moradora do bairro Santos Dias, que também estava internada no Hospital Regional São Paulo e morreu nesta sexta-feira (4).
O número de focos do mosquito transmissor da doença no município chegou a 400, segundo o boletim epidemiológico divulgado nesta sexta. Do total, 324 são de chikungunya e todos são autóctones. Até o momento, 1.749 casos da doença foram notificados na região, e 84 resultados estão sendo aguardados.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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