Os SUVs compactos consolidaram-se como os grandes protagonistas do mercado automotivo brasileiro, respondendo por mais da metade das vendas e emplacamentos no país nos últimos anos. A categoria passa por um ciclo de renovação, onde os lançamentos recentes não buscam mais o rótulo de “carro popular”, mas sim o de crossover tecnológico. Modelos totalmente novos, com design arrojado e mais conectividade, se posicionam como o novo veículo de entrada para grandes montadoras, refletindo uma mudança que torna os automóveis 0km cada vez mais equipados. Porém, mais caros.

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A dominância do segmento é clara: em outubro de 2025, os SUVs compactos ocuparam a maioria das primeiras posições no ranking de carros mais vendidos do país. Impulsionada pelo recém-lançado Volkswagen Tera, que se sagrou o carro de passeio mais emplacado do mês com mais de 10 mil unidades, a categoria segue aquecida.

No acumulado do ano, modelos como o Hyundai Creta (que lidera as vendas no varejo) e o Honda HR-V demonstram a preferência do consumidor por veículos mais altos, que entregam tecnologia embarcada e, no caso do Yaris Cross, que deve chegar em 2026, até mesmo a promessa de eletrificação híbrida nacional.

Mudança planejada

A migração para os SUVs mais equipados é parte de uma estratégia global. A Volkswagen anunciou que, a partir de 2026, todos os seus novos modelos desenvolvidos e fabricados no Brasil terão uma versão eletrificada (híbrida leve, plena ou plug-in), com o objetivo de democratizar o acesso a essa tecnologia no país.

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Essa ofensiva, que está recebendo um grande investimento, será inaugurada justamente pelos SUVs, como o Novo Nivus, reforçando que é nesse segmento que a montadora alemã deposita as maiores expectativas de inovação e vendas.

Novo SUV da Volkswagen

Considerado o sucessor do Gol, o novo SUV da Volkswagen, o Tera, é a grande aposta da montadora alemã para dominar o setor no mercado brasileiro. Com preço inicial na faixa dos R$ 100 mil, o modelo foi lançado para competir diretamente com Fiat Pulse e com o Renault Kardian. Com um design moderno e contando com o consagrado motor 1.0 TSI (turbo) de 116 cv, reforça que o novo patamar de preço para um carro de volume da marca é o de um crossover bem equipado.

O Tera rapidamente comprovou o potencial e se tornou o carro de passeio mais vendido no Brasil em outubro. O sucesso é atribuído não só ao apelo SUV, mas também à tecnologia e segurança: obteve nota máxima (cinco estrelas) no Latin NCAP. O Tera representa, assim, a consolidação do segmento de utilitários como a principal porta de entrada da Volkswagen, substituindo os hatches populares de anos anteriores.

Preços elevados

Se por um lado os SUVs aumentam a praticidade, o conforto e a segurança, por outro e até por consequência, faz aumentar o preço médio dos carros no Brasil. A diferença de valor entre os utilitários compactos e tecnológicos que dominam o mercado atualmente para os chamados carros populares do passado é notória – e ilustra a perda de poder de compra do brasileiro.

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No início da década passada, era possível adquirir modelos novos de entrada, como o VW Gol ou o Fiat Palio, com valores que flutuavam entre R$ 38 mil e R$ 45 mil. Esse valor, hoje, não compra uma versão seminova e um hatch compacto. É importante considerar também que, durante a pandemia do Coronavirus, os carros sofreram um grande impacto: a diminuição na produção de microcomponentes, como os semicondutores, elevou consideravelmente o preço dos veículos.

o novo patamar de preço para o veículo de entrada das grandes marcas se estabeleceu na faixa dos R$ 100 mil, marcada por modelos como o novo Volkswagen Tera, o Fiat Pulse e o Renault Kardian. Os chips, a tecnologia embarcada e o design de SUV agregam valor, mas criam uma barreira de entrada muito maior. Para o consumidor, a escolha é clara: abrir mão de recursos ou pagar pelo menos o dobro do valor que um carro popular novo custava há apenas dez anos.