A investigação que determinou o uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições a Jair Bolsonaro — como necessidade de se recolher após as 19h e aos finais de semana e a proibição de se comunicar com o filho Eduardo Bolsonaro e outros investigados — é apenas uma das que envolve o ex-presidente. Ele é alvo de pelo menos outras três apurações no Supremo Tribunal Federal (STF) — umas delas já arquivada.

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O processo que resultou nas medidas restritivas a Bolsonaro nesta sexta-feira foi aberto inicialmente para investigar Eduardo Bolsonaro e a atuação dele junto a autoridades dos Estados Unidos. Após a informação de que Bolsonaro teria enviado R$ 2 milhões ao filho e o anúncio do tarifaço de Trump como retaliação ao Brasil, o ex-presidente também entrou na mira desta investigação, com as sanções confirmadas na operação desta sexta.

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Tentativa de golpe

Mas o principal processo em que Bolsonaro é investigado é o que apura a tentativa de golpe de Estado. A ação penal apura a participação do ex-presidente em atos antes e depois das eleições de 2022 que visariam à manutenção do ex-presidente no poder após a derrota nas urnas. Entre os pontos investigados estão acusações sem provas sobre as urnas eletrônicas, blitz no dia do segundo turno e tentativas de impedir a posse do eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesse processo, Bolsonaro já virou réu e passou por interrogatório. Atualmente o caso está em prazo para apresentação de alegações finais das defesas dos réus do chamado “núcleo crucial”, que inclui Bolsonaro. Depois disso, deve ser definida a data do julgamento.

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Caso das joias

Um terceiro processo em que Bolsonaro é investigado é o do caso das joias sauditas. O ex-presidente é suspeito de desviar joias doadas pelo governo da Arábia Saudita na época em que Bolsonaro era presidente. Bolsonaro foi indiciado por peculato, que seria a apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Neste processo, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal em julho de 2024, mas atualmente o caso está à espera de análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Fraude no cartão de vacina

Bolsonaro também era investigado em um processo sobre suposta fraude no cartão de vacina, mas a investigação foi arquivada em março deste ano, após decisão do ministro Alexandre de Moraes. O magistrado acatou a argumentação do procurador-geral Paulo Gonet, que considerou que embora o militar Mauro Cid tenha dito que Bolsonaro ordenou a ele que inserisse dados falsos de vacinação, não haveria provas que confirmassem a versão, o que motivou o arquivamento do caso.

Justiça Eleitoral

Além dos processos criminais, Bolsonaro também foi investigado em uma ação na Justiça Eleitoral por ataques infundados ao sistema de votação brasileiro. Neste caso, Bolsonaro foi considerado inelegível por oito anos pelas falas em uma reunião com embaixadores em julho de 2022, com denúncias sem provas sobre urnas eletrônicas. A reunião foi transmitida pela emissora de TV do governo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

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