O acidente de balão que matou oito pessoas em Praia Grande, no Extremo Sul catarinense, neste sábado (21), foi a primeira ocorrência com mortes desde o início das atividades no município. O balonismo é o grande motor do turismo e da economia da cidade, que realiza em média 7,5 mil voos anuais. A Polícia Civil investiga as causas do incêndio que resultou na tragédia. 

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O fato, que tem repercutido em todo o Brasil, vem levantando questionamentos sobre a segurança da prática. Segundo a Secretaria Municipal de Turismo, outras pequenas ocorrências já foram registradas, mas nada com essa magnitude. Os voos são realizados na Capital dos Canyons desde 2017.

Henrique Maciel, secretário de Turismo do município, afirma que os voos são seguros e o acidente deste sábado foi uma fatalidade. 

— São quase nove anos de Balonismo na cidade. Em média 150 voos por semana, cerca de 600 voos mensais. Esse foi o primeiro acidente com vítimas fatais. Ocorrências já aconteceram como em qualquer outra atividade de aventura — ressalta o secretário. 

O que diz a defesa do piloto e da empresa 

Segundo Clóvis Rogério, advogado de defesa do piloto responsável pelo voo, as causas do incêndio que resultou no acidente ainda não foram identificadas.

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— Ele [piloto do balão] contou que começou um incêndio, que a gente ainda não sabe as causas. De todas as formas, ele tentou salvar as pessoas que estavam lá dentro. Ele chegou a pousar o balão, algumas pessoas pularam por pedido dele, já outras não conseguiram e infelizmente aconteceu essa fatalidade — afirma o advogado.

Ele conta que o piloto segue à disposição para auxiliar nas investigações. A polícia investiga o que pode ter causado a ocorrência.

— No primeiro momento, a nossa preocupação é com as vítimas e, principalmente, com os familiares das vítimas fatais. Isso nunca havia acontecido antes, então é um fato novo, difícil de administrar. Os familiares das vítimas que estão chegando estamos montando uma equipe com assistente social, psicólogos e médicos — completa Clóvis.

Em nota publicada no sábado, a Sobrevoar lamentou o acidente e informou que todas as operações foram encerradas por tempo indeterminado. A empresa também disse que cumpria todas as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que está prestando apoio aos familiares das vítimas.

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Confira a nota na íntegra

Como iniciaram as chamas no balão

O fogo que ocasionou a queda do balão teria começado no próprio cesto, onde estavam as pessoas. É o que relatou o piloto do balão, que sobreviveu à tragédia. Ao todo, oito pessoas morreram e outras 13, incluindo ele, ficaram feridas. Havia 21 pessoas no balão no momento do passeio, na manhã deste sábado (21).

As informações foram repassadas pelo policial civil Tiago Luiz Lemos. Ele afirmou que o piloto, ouvido pelos policiais, contou que no começo da decolagem, quando o balão ainda estava próximo ao solo, uma chama iniciou no cesto, vindo de um maçarico usado no balão de ar quente.

Como o equipamento ainda estava próximo ao solo, o piloto teria orientado que as pessoas pulassem ali mesmo. Dos passageiros, 13 conseguiram saltar, mas as outras seguiram com o balão, que, pelo ar quente causado pelas chamas, começou a subir. O fogo, no entanto, consumiu o cesto e caiu em seguida. Oito passageiros que continuaram no balão morreram.

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Entre os que não sobreviveram estão Everaldo Rocha e Janaína Rocha. O casal de Joinville estava com os filhos, que conseguiram se salvar. Médica de um posto de saúde em Blumenau, no bairro Tribess, Leise Herrmann Parizotto também estava com uma familiar, a mãe dela, Leane Herrmann. Ambas morreram.

Outro morador do Vale do Itajaí que perdeu a vida no acidente foi Leandro Luzzi. Patinador artístico, o homem dava aulas em uma escola de patinação de Brusque e estava a passeio com o namorado, que sobreviveu. Leandro era diretor-técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística.

Andrei Gabriel de Melo era médico oftalmologista em Fraiburgo e região. Em nota, a prefeitura de Fraiburgo também lamentou a perda. Andrei era filho de uma servidora pública do município. Juliane Jacinta Sawicki e Fábio Izycki também estão na lista das vítimas.

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