O sapinho-pingo-de-ouro, que se tornou o anfíbio-símbolo blumenauense, está ameaçado de extinção. A espécie Brachycephalus boticario mede menos de dois centímetros e, até hoje, somente foi encontrada no Morro do Cachorro, uma área entre Blumenau, Gaspar e Luiz Alves. Por isso, os três municípios se uniram para discutir ações conjuntas de preservação da espécie.

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Os representantes das cidades se reuniram na quarta-feira passada (25) na sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), em Blumenau, para discutir estratégias. O secretário Robson Tomasoni recebeu a secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Luiz Alves, Vanessa Maria Corrêa Pacheco, e o secretário de Planejamento Territorial de Gaspar, Michael Maiochi, além das equipes técnicas das três prefeituras.

Eles discutiram alternativas de cooperação técnica e institucional para estruturar um plano de ação intermunicipal e buscar recursos por meio de compensações ambientais previstas em lei. Foram apresentados estudos, mapas e propostas de ação para proteger o habitat da espécie, conforme divulgou uma nota da prefeitura de Blumenau. Uma reunião entre os prefeitos de cada município foi combinada até agosto para decidir os próximos passos.

— Blumenau já deu o primeiro passo, com a oficialização do sapinho-pingo-de-ouro como símbolo municipal, o que dá garantias de preservação a essa espécie. Agora, a ideia é desenvolver ações conjuntas, visto que a região em que ele foi encontrado abrange também os nossos vizinhos — afirma o secretário Robson Tomasoni em nota oficial.

Entenda o porquê o sapinho está em risco de extinção

A urbanização é apontada como a causa para o risco grave de extinção do minúsculo sapo, conforme uma manifestação técnica da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas). Por isso, tornar o sapinho-pingo-de-ouro o anfíbio-símbolo de Blumenau, através de um projeto de lei da prefeitura, é uma forma de preservar a espécie por promover o destaque do bichinho ao poder público, com ações educativas e campanhas de conscientização.

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A secretaria destaca no documento que os anfíbios são animais sensíveis a alterações ambientais, por isso, eles são um indicativo de equilíbrio ecológico. A possibilidade do sapinho-pingo-de-ouro ser extinto é um alerta para um processo de urbanização desequilibrado, como explica a manifestação técnica.

O sapinho-pingo-de-ouro é de uma família composta por um total de 36 espécies que habitam as regiões montanhosas da Mata Atlântica. Porém, o Brachycephalus boticario somente foi encontrado no Morro do Cachorro, por isso, é um morador exclusivo do Vale do Itajaí.

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