Um trio foi condenado a 203 anos de prisão pelas mortes de quatro pessoas da mesma família em Joinville. A chacina aconteceu em 7 de janeiro de 2023, no bairro Ulysses Guimarães, zona Sul da cidade. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o crime foi cometido devido a uma suspeita de que as vítimas teriam ligação com uma organização criminosa rival aos autores.
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Todos os três integrantes do grupo criminoso foram considerados culpados por quatro homicídios qualificados por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, assim como pelos crimes de cárcere privado, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa.
As penas somadas chegam a 203 anos. Um deles deverá cumprir 74 anos e seis meses de reclusão em regime fechado; outro, 67 anos e nove meses de reclusão em regime fechado, além de 12 dias-multa; e o terceiro 61 anos e três meses de reclusão, também em regime fechado. Uma mulher, suspeita de envolvimento nos crimes, foi absolvida pelo tribunal do júri.
Veja fotos sobre a chacina
Como aconteceu crime
No dia 6 de janeiro de 2023, as vítimas, todas da mesma família, foram mantidas em cárcere privado na sede de uma organização não governamental (ONG) no bairro Ulysses Guimarães. A ação penal ainda esclareceu que o objetivo do grupo criminoso era investigar supostos vínculos das vítimas com a facção rival. Durante o cativeiro, os réus realizaram um “julgamento” interno para decidir sobre a execução das vítimas.
Conforme a denúncia, duas mulheres foram libertadas sob ameaça e obrigadas a retornar ao estado do Paraná. As outras quatro vítimas, todos homens — incluindo um adolescente — foram levados para uma área de mata no mesmo bairro e executados a tiros. O MPSC afirmou que as mortes foram autorizadas por um dos faccionados e executadas por outros dois, com apoio dos demais comparsas.
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Os corpos foram enterrados no terreno de uma chácara, em um local afastado no mesmo bairro, e só foram encontrados em 22 de março de 2023 após uma denúncia anônima. Conforme a Polícia Civil, na época, os corpos estavam em estado avançado de decomposição.
As vítimas foram identificadas como Vanderson Rodrigues Kroll, de 39 anos, Neucael Roque Kleina Pimentel, de 23, Jhonny Wesley dos Santos Kroll, de 19, e Alex dos Santos Kroll, 17.
“Brutalidade”
O representante do MPSC, que atuou no júri, ressaltou a brutalidade constatada durante o crime. “Os réus agiram com extrema crueldade, submetendo as vítimas a um julgamento paralelo, típico de organizações criminosas, e cometendo crimes de forma brutal para reafirmar o domínio territorial da facção”, afirmou.
Os condenados poderão recorrer à decisão, mas não em liberdade. Após a sentença, eles foram imediatamente encaminhados à prisão.
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Veja momento em que corpos são encontrados
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