Um a cada quatro moradores de Blumenau não nasceu em Santa Catarina. É o que mostra um dado divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa, na prática, que dos 361 mil habitantes identificados no último Censo, feito em 2022, 90,4 mil vieram de outros estados ou até mesmo de fora do Brasil.
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O levantamento aponta que, até 2000, o número de pessoas de fora que viviam em Blumenau era de 19 mil. O índice teve um salto em 2010, quando o Censo apontou que 42 mil migrantes haviam escolhido a cidade para viver, conforme os números do IBGE. Agora, o número mais do que dobrou, passando da marca dos 90 mil.
Atualmente, Blumenau é a terceira cidade com a maior quantidade de migrantes e imigrantes de SC, em números absolutos. Só fica atrás de Florianópolis e Joinville — os dois maiores municípios do Estado. Emprego, segurança e qualidade de vida são apontados como atrativos para as pessoas optarem pela cidade e pela região.
Quantidades de migrantes e imigrantes em Blumenau nos últimos Censos
- 2020 – 31.954
- 2010 – 48.271
- 2022 – 90.419
De onde eles vêm?
Mas de onde vêm as pessoas que moram em Blumenau e não nasceram no Estado? O Paraná ocupa o topo da lista, seguido de Rio Grande do Sul e São Paulo, que completam o pódio (veja na galeria abaixo).
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Maiko Spiess, sociólogo e professor universitário, explica que o movimento migratório dá sinais das condições de economia e de vida da população. Essa troca de lugares leva em conta o que os especialistas chamam de fatores de atração e fatores de expulsão.
Ele cita, por exemplo, que no fim da década de 1980 e começo de 1990, sobretudo no oeste do Paraná, os agricultores começaram a deixar as propriedades e se mudar para o Vale do Itajaí. Os atrativos da região eram o trabalho na indústria têxtil e no setor de metalmecânica.
Porém, os dados agora refletem que, especificamente na última década, houve a chegada principalmente de pessoas do Pará. O Censo de 2010 mostrava que 344 pessoas do estado no Norte do Brasil estavam vivendo em Blumenau. No último Censo, o “boom”: 8.883 pessoas.
Spiess pontua que o que se vê em Blumenau quando o assunto é migração reflete o que acontece com Santa Catarina. Até pouco tempo atrás, o Sudeste, geralmente São Paulo, era para onde a maioria dos migrantes, sobretudo aqueles vindos do nordeste, ia.
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Com a metrópole saturada, agora SC se tornou a menina dos olhos do Brasil. Não à toa, foi o Estado que mais recebeu migrantes no país. A chegada dos novos moradores pode refletir dois fatores. O de expulsão, como o avanço da violência no Norte, e o de atração, como trabalhos com melhores salários.
— Há alguns fenômenos, como, por exemplo: quando vem alguém, uma família ou pelo menos um membro inicialmente, e encontra boas condições, existe uma tendência de que ela atraia outras pessoas também, porque faz o relato dizendo que é legal, tem emprego etc. Então acabam trazendo outras por relações de familiaridade, de solidariedade. Isso gera ondas de perfis. Paranaenses em um momento. Paraenses em outro. E no futuro a dinâmica pode ser outra — pontua Spiess.
De onde são os migrantes que moram em Blumenau hoje
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