Conhecido como estado de economia diversificada e competitiva, se esperava que Santa Catarina fosse destaque na migração. Mas alcançar a liderança nacional, com saldo positivo de 354.350 migrantes, superando estados grandes como São Paulo e Minas Gerais, foi uma surpresa do Censo de 2022. O resultado é a diferença entre 580.503 pessoas que vieram morar em SC a partir de 2017 e de 149.230 que deixaram o estado no mesmo período.
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SC liderou a migração nacional principalmente pela criação de empregos formais, dando oportunidades a brasileiros e estrangeiros. Também se destaca a qualidade de vida, que atrai inclusive aposentados. Florianópolis foi a cidade que mais recebeu migrantes de outras unidades da federação nos últimos cinco anos, 84,6 mil pessoas, seguida por Joinville 59.899, Palhoça 40.363 e Itajaí com 38.459.
Não foi surpresa a liderança dos gaúchos como migrantes em SC, algo que é histórico. No período considerado, das 503,8 mil pessoas que residiam em outros estados nos últimos cinco anos e em 2022 moravam em SC, 134,8 mil (26,8%) vieram do RS; 96,1 mil (19,1%) vieram do Paraná; 62,4 mil (12,4%) deixaram São Paulo; e 44,9 mil (8,9%) vieram do Pará.
Considerando os estrangeiros, de 2010 a 2022, SC recebeu 83.708 pessoas do exterior para residir, que se naturalizaram brasileiros. Foi o terceiro maior contingente do país. Os municípios que mais receberam estrangeiros foram Chapecó (11.189), Florianópolis (10.517) e Joinville (7.854).
Mas o que faz de SC ser uma terra prometida para muitos? São pelo menos quatro fatores: economia forte, atrações turísticas, segurança e a propaganda de quem está no estado para os seus conterrâneos.
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Um dado que resume a pujança econômica catarinense é justamente o que motiva as pessoas a virem ao estado: a geração de novos empregos. Desde que o IBGE lançou a última metodologia para registrar a taxa de desemprego, em 2012, Santa Catarina quase sempre liderou, com a menor taxa de desemprego do país, quase sempre com pleno emprego, como agora, no primeiro trimestre de 2025, que ficou em 3%. Somente nos últimos anos, em alguns meses, estados do Centro-Oeste estão com taxa de desocupação levemente menor do que SC.
Esse desempenho econômico acima da média do país é alcançado porque o estado conta com economia diversificada na agropecuária, indústria, comércio e serviços. Quando alguns não estão bem, outros vão bem e, assim, as crises são menores no estado também.
No agro, SC lidera a produção de maçã, exportações de banana, e tem produção elevada de grãos. Na pecuária, lidera exportações de carne suína, de marreco e é o segundo nas exportações de proteína de ave.
Na indústria, conta com um parque constituído principalmente por empreendedores locais, distribuído em todo o estado. Um levantamento feito pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc) em 2023 apurou, com base no Valor Bruto da Produção Industrial (VBPI) que o estado lidera produção nacional em sete setores: confecção do vestuário; embarcações; eletrodomésticos; geradores, transformadores e motores elétricos; atividades de acabamentos em fios, tecidos e têxteis; fabricação de tecidos de malha; e desdobramento de madeira.
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Na indústria da construção, SC se destaca com empreendimentos de alto padrão e a maior valorização imobiliária do Brasil nos últimos anos. Um exemplo é Balneário Camboriú, com crescimento vertical inédito, incluindo projeto para o residencial mais alto do mundo.
No comércio e serviços, SC também é diversificado e referência. Na área de supermercados, por exemplo, conta com grupos empresariais competitivos, entre os que mais crescem. Se destaca também no comércio atacadista e distribuidor.
Nos serviços, cresce com o impulso da indústria, do turismo e da infraestrutura portuária. O estado conta com cinco portos, a segunda média de importações do país e destaque nas exportações industriais e do agro. Entre os setores econômicos que avançam com solidez está o de tecnologia da informação e comunicação, puxado pelos demais setores empresariais e pela inovação conquista espaço nos mercados do Brasil e exterior. Tanto que na capital, Florianópolis, o setor de TI é o maior gerador de Imposto sobre Serviços (ISS).
Essa economia atrai trabalhadores de diversas regiões do Brasil e de países da América Latina, em especial a Venezuela e Haiti. Todos esses migrantes querem ter suas famílias por perto e muitos já conseguiram atrair pais e irmãos para o Estado. Foi com esse conjunto de fatos que SC chegou ao topo da migração no Brasil em 2022 e tudo indica, seguirá nessa liderança por um bom tempo.
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