Na noite desta quinta-feira (14), Vera Fischer estará no palco do Teatro Carlos Gomes, em Blumenau. Com a peça “Quando eu for mãe quero amar desse jeito”, volta à cidade onde nasceu e ao lugar em que tudo começou. Foi no Carlos Gomes que ela aprendeu balé — quando pequena sonhava ser bailarina — e teve o primeiro contato com a arte. Agora, aos 70 anos, diz estar na melhor fase da vida e guardar boas lembranças de Blumenau.

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A última vez que a atriz esteve na cidade foi no final dos anos 1990, quando trouxe outra peça ao teatro, a “Gata em Teto de Zinco Quente”. Desde então, não pisou mais em solos blumenauenses. Em entrevista exclusiva ao Santa nesta quinta, explicou que a relação com o município acabou após a morte dos pais. Hoje, tem apenas uma prima na cidade, a qual espera ver no público da peça desta noite.

Apesar do distanciamento, garante guardar com carinho algumas lembranças da juventude. E é a essência de criança que Vera Fischer diz ser o segredo para manter o ritmo. Além da peça, a blumenauense deve gravar um novo filme em breve, minissérie, lançar livro e continuar nos palcos.

Confira a entrevista

Você passou por um período de pandemia que para a classe artística foi ainda mais desafiador. Como é estar de volta aos palcos? Quais são os planos daqui para frente, pretende voltar a fazer novela?

É ótimo! 

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Eu fui uma das primeiras demitidas da Globo logo no começo da pandemia, porque meu contrato tinha acabado. Então eu fiquei sem saber o que fazer, mas eu comecei bastante coisa, mesmo no primeiro ano da pandemia. A Cléo [Pires] me chamou para fazer uma websérie no canal dela.

Depois eu fiz um comercial para a Disney e um filme para a Netflix, que não posso falar muito, mas se chama “Um Natal cheio de Graça”. É comédia também.

Agora tenho muitos convites. Essa peça vai rolar por um tempo ainda, mas tem os intervalos. Vou fazer um filme para a Netflix, que também não posso dizer nada, e tem uma minissérie e outra peça. Tem muita coisa para fazer, muita.

Diminuir o ritmo não parece estar nos seus planos então…

Eu preciso descansar. Estou com setentinha, né?! O corpo dói, apesar de eu subir e descer escada durante a peça… No palco você esquece tudo, esquece dor, problemas…

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Você foi sempre livre, fez o que quis. O que passou tanto aqui em Blumenau quanto na vida profissional por ter essa atitude?

Eu sempre fui muito corajosa e muito aventureira. Isso é uma coisa que acho que puxei do meu pai. Ele saiu da Alemanha, pegou uma bicicleta e foi para Suíça, pegou um navio, veio pobre para o Brasil e abriu uma lojinha. Eu sou um pouco como ele, de desbravar as coisas, ir para frente, procurar o que quero fazer. 

Já lancei livro e pintei quadros. Isso tudo, aliás, está em pauta para o ano que vem: lançar um livro, que já está escrito, e expor as telas. Quero sortear algumas para o público.

Eu não me deixo intimidar e é assim que é. Isso deu certo para mim. Claro que a gente sofre, você tem que ter uma estrutura muito forte, de honestidade, carácter, valores. Ter essa noção, porque aí os outros podem falar o que quiser porque você está dentro de você. 

Você está estruturada, está em pé dentro de você. E isso ninguém te tira. Foi assim que segui minha vida, sofrendo bastante, mas existe análise que você faz, remédio que toma e é assim, vai levando.

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E eu sou muito feliz, criei dois filhos lindos, tenho uma carreira sólida muito boa.

A última vez que você esteve em Blumenau foi no final dos anos 90. Quer voltar com mais frequência?

Eu não conheço mais ninguém aqui, só a minha prima. Mas a trabalho, claro, quero voltar. Quero que me convidem para um monte de coisa, eu venho, eu faço, mas tem que pagar (risos).

A cidade sempre me trouxe muita alegria, vivi muito bem aqui. Ia ao cineminha aos domingos, depois naquele restaurante, que não sei se existe ainda, o restaurante Aquarius…

Então tens um bom sentimento em relação a Blumenau? Dizem que você não gosta da cidade…

Tenho. Eu estudei no colégio das freiras, no Sagrada Família. Foi muito divertido, elas me adoravam. Tenho lembranças incríveis de Blumenau.

Teus filhos conhecem Blumenau?

A gente vinha muito para cá, meu pai tinha casa no litoral. Minha mãe viajou muito com a gente em peças levando minha filha. Ela teve uma avó muito presente. Meu filho não conhece Blumenau nem os avós porque eles já estavam mortos [quando ele nasceu].

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Já foi a alguma Oktoberfest?

Não, eu sinceramente não gosto de cerveja, então… Mas não por isso, é porque não rolou, nunca tive amigos que me chamassem para ir.

Você diz estar na sua melhor fase e esbanja energia. Qual o segredo para ser assim?

Você não pode esquecer a criança que tem dentro de você. Eu odeio adultos. Adulto é chato pra caramba, eles são cheios de regras, cheios de moral. As “adultices”.

Veja fotos de Vera Fischer em Blumenau

Quando eu for mãe quero amar desse jeito

Na peça “Quando eu for mãe quero amar desse jeito”, dona Dulce Carmona (Vera Fischer), descobre que o único filho, Lauro (Mouhamed Harfouch), vai casar com uma mulher que ela não conhece (Larissa Maciel). A comédia mostra a luta da mãe obcecada para dar ao filho um futuro digno de sua “classe social”.

O espetáculo aborda temas como o status financeiro, o medo da morte e as relações de poder e amor estabelecidas entre pais e filhos.

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O texto é de Eduardo Bakr e a direção de Tadeu Aguiar.

Em Santa Catarina, é possível ver a peça no Teatro Carlos Gomes, nesta quinta-feira (14), às 18h e 20h30min. Em Itajaí, os atores sobem no palco do Teatro Municipal no domingo (17) às 17h. Uma sessão extra deve ser aberta em breve. 

Venda de ingressos neste site. 

Veja vídeo

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