A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Nova York para a Assembleia Geral da ONU na próxima semana poderá coincidir com o anúncio de novas medidas de retaliação dos Estados Unidos ao Brasil. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, declarou que novas ações, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), serão divulgadas na “próxima semana” — período em que Lula estará no país participando do evento. As informações são do jornal O Globo.
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A reação americana já era esperada, segundo integrantes do governo ouvidos pelo jornal. Desta vez, eles avaliam que os anúncios podem ser sanções individuais com foco em autoridades brasileiras, como aconteceu com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que teve vistos suspensos e foi incluído na lista de restrições financeiras da Lei Magnitsky.
Ainda de acordo com o jornal, a avaliação no governo é que o presidente americano deverá recalibrar suas próximas ações com a extrema direita, a exemplo do que aconteceu com a Índia, taxada por comprar petróleo da Rússia. O Brasil, por sua vez, compra fertilizantes dos russos, mas, se for punido por isso, haverá problemas com o agronegócio, base eleitoral da oposição bolsonarista.
O governo Lula considera que a imagem do Brasil saiu fortalecida após o julgamento de Bolsonaro. Segundo um interlocutor, ficou claro que o país não cedeu à “chantagem tarifária” da Casa Branca. Além disso, há questões em aberto, como a investigação americana sobre “práticas desleais” no comércio com o Brasil, que questiona o Pix, competidor de empresas americanas de cartões de crédito.
O Brasil tradicionalmente é o primeiro país a discursar na Assembleia Geral da ONU, cuja abertura irá ocorrer na terça-feira (23). Durante a fala, o presidente deve defender a soberania e a democracia brasileiras, além de tratar de agendas climáticas. A viagem é considerada um de seus principais compromissos internacionais do ano.
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