Situado no litoral Sul de Santa Catarina, Laguna é o terceiro município mais antigo do Estado. A cidade fundada em 1976, completa 349 anos no dia 29 de julho. O local reúne inúmeras curiosidades, histórias de disputas coloniais, além de possuir praias famosas e uma fauna diversificada. O local foi o grande berço de Anita Garibaldi e de eventos como a Guerra Farroupilha.

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Laguna nasceu em terras de disputa colonial, após uma solicitação do rei de Portugal que desejava expandir a fronteira do Tratado de Tordesilhas, firmado com a Espanha. Com a chegada dos bandeirantes, a vila de origem indígena foi organizada, povoada e passou a ser um ponto de partida de expedições.

O Tratado de Tordesilhas, feito em 1494, possui uma linha imaginária que dividia as terras de Portugal (a leste) e Espanha (a oeste). A linha imaginária passava por Laguna e, atualmente, o monumento que representa o tratado fica localizado ao lado da rodoviária, no centro histórico da cidade.

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Inicialmente, o município foi batizado como Santo Antônio dos Anjos de Laguna, na época, ainda com poucos moradores fixos. Já em 1714, o local se tornou uma vila e, por volta de 1720, iniciaram-se as primeiras expedições para o sul.

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Os primeiros colonizadores, conhecidos como portugueses dos açores, ocuparam o local onde pescavam e cultivavam o solo, com o incentivo da Coroa Portuguesa.

Anos depois, com a evolução da agricultura e dos moinhos de mandioca, os portugueses passaram a mudar os hábitos, se adaptando às novas culturas. Além disso, eles substituíram a base alimentar de trigo pela farinha de mandioca e de carne pelo peixe. Por muito tempo, a economia continuou era de subsistência.

Revolução Farroupilha

A Revolução Farroupilha, deflagrada entre 1835 e 1845, no Rio Grande do Sul, teve como uma das principais causas as dificuldades econômicas.

O porto de Laguna se tornou palco da luta separatista travada pelo Rio Grande do Sul contra o Governo Imperial e, em 1839, Giuseppe Garibaldi, um revolucionário italiano, junto a David Canabarro, Teixeira Nunes e soldados farroupilhas conquistam a vila de Laguna, declarando a República Catarinense, sob o comando de Jerônimo de Castilho.

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A Câmara de Vereadores de Laguna, presidida por Vicente Francisco de Oliveira, proclamou a independência e criou a República Catarinense ou República Juliana. Ainda em 1839, com apoio de Garibaldi, os farroupilhas tentaram uma manobra para surpreender os imperialistas navegando pelas lagoas Santo Antônio e Garopaba do Sul, pela barra do Camacho e seguindo pelo rio Tubarão.

Anita Garibaldi participou da batalha naval entre farroupilhas e imperialistas. Os farroupilhas foram derrotados e, dessa forma, nas décadas seguintes, o Governo Imperial realizou uma ocupação mais efetiva do território, com políticas de povoamento para o Sul.

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Emancipação de Laguna

Em 1847 Laguna foi elevada à categoria de cidade, por decreto imperial. Nesta mesma época foram registradas as chegadas de imigrantes italianos e alemães. Os imigrantes chegavam pelo porto de Laguna e seguiam em outras embarcações para o interior do país, mais tarde, utilizavam também a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, que foi construída na década de 1880.

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O desenvolvimento das colônias de Azambuja, Urussanga, Grão-Pará, Princesa Isabel e Braço do Norte, potencializou a produção de alimentos e outros produtos na região. No entanto, apesar do alto fluxo portuário do município, nos anos seguintes a atividade sofreu grande queda, impactando diretamente a economia local.

Nos anos de 1960, a construção da Rodovia BR-101 e abertura ao tráfego da ponte rodoviária da Cabeçuda, deslocou o polo econômico da região sul de Laguna para outros municípios, como por exemplo, Tubarão.

Permaneceram, no município, a produção pesqueira e pequenas indústrias de confecções e processamento da fécula de mandioca e arroz.

Curiosidades e turismo na cidade

A cidade é a terra de Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, uma das figuras históricas mais importantes do Brasil. Ela nasceu em Laguna no dia 30 de agosto de 1821. A guerreira que lutou na Revolução Farroupilha, atualmente tem a casa que morou como um museu aberto ao público.

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Outro ponto turístico do município é o Farol de Santa Marta, que foi inaugurado em 1891 para tornar a navegação mais segura no local. A estrutura é a maior do mundo construída com óleo de baleia. Seu alcance luminoso chega a 46 milhas náuticas ou 85,1 quilômetros em noites de céu limpo.

Além da cidade fazer parte da rota da baleia franca, ela é também o lar dos botos pescadores. Esses animais têm esse nome por conta do comportamento peculiar de pesca cooperativa.

Eles circulam próximo de cardumes de peixes e, dessa forma, sinalizam onde os pescadores artesanais podem jogar suas tarrafas — rede de pesca. Por isso, o município é conhecido como Capital Nacional dos Botos Pescadores.

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