Em meio à escalada de tensões entre Israel e Irã, a vice-prefeita de Florianópolis, Maryanne Mattos (PL), e o secretário de Proteção Civil de Joinville, Paulo Rogério Rigo, decidiram permanecer no país por questões de segurança. Nesta segunda-feira (16), a Confederação Nacional dos Municípios confirmou que um grupo de 12 autoridades brasileiras deixou Israel e chegou à Jordânia pela fronteira terrestre, onde devem embarcar em um voo com destino ao Brasil.
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As duas autoridades de Santa Catarina estão hospedadas na universidade The International Institute of Leadership, no município de Kfar Saba, a 26 quilômetros de Tel Aviv. Eles foram ao país na semana passada para participar de palestras sobre tecnologia, inteligência e segurança.
— Aqui eu me sinto mais segura, porque tem toda a estrutura para, em um alarme, em alguma situação, eu poder me proteger. Se eu estiver na rua, se eu estiver na estrada, é bem mais complexo. Até para um ataque terrestre. (…) Vou seguir a orientação do governo de Israel de ficar aqui onde a gente tá, que aqui é extremamente seguro — atualizou a vice-prefeita, em uma publicação nas redes sociais, nesta segunda-feira.
Segundo a secretaria de comunicação de Joinville, Paulo Rogério Rigo e outros integrantes da comitiva brasileira optaram por permanecer no país após participar de uma reunião com a Embaixada de Israel.
— Respeitamos a decisão pessoal dos colegas que preferem se deslocar pela Jordânia. A minha experiência me diz que eu devo permanecer aqui porque estamos em relativa segurança. A gente segue o protocolo, quando toca a sirene nos deslocamos imediatamente para o bunker e estamos sendo assistidos — declarou o secretário.
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Rotina no bunker
Maryanne Mattos publicou um vídeo gravado na manhã desta segunda-feira (16) na área externa do instituto. Ela disse que o grupo costuma ouvir alarmes de madrugada com instruções para ficar perto do bunker, mas que “está tudo tranquilo”:
— Nós estamos muito bem acolhidos pelo governo de Israel, estamos tendo toda assistência, não falta comida, tem banho quente, têm as atividades aqui no instituto, têm as aulas… E tem o bunker, que é o lugar seguro que a gente tem que estar perto. Então é isso que eu vou fazer: enquanto o espaço aéreo de Israel tiver fechado em função da guerra, a gente fica aqui.
Na madrugada de domingo (15), em meio ao aumento de tensões com o Irã, mísseis iranianos foram vistos nos céus de Tel Aviv. Conforme o secretário de Joinville, Israel tem um sistema de alerta que notifica as pessoas no celular sobre um possível ataque.
— Ele chega pouco tempo antes da sirene tocar e orienta que as pessoas que estão naquela área procurem um local seguro para se abrigar. Então nós fazemos as atividades, conforme a proposta da viagem de estudos, e, quando toca o alerta, nos dirigimos para um bunker que fica na própria universidade onde estamos abrigados — relatou Paulo Rogério Rigo.
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A vice-prefeita disse que, na última noite, os alarmes se prolongaram por duas horas e parte do grupo dormiu no bunker do instituto, com colchões improvisados.
— Fiquei lá (bunker) para não ficar subindo e descendo — disse.
Veja o vídeo publicado por Maryanne Mattos na manhã desta segunda-feira
Veja imagens das autoridades de SC em Israel
Autoridades brasileiras em Israel
Ao menos 41 representantes brasileiros estão em Israel. Eles foram ao país como convidados para participar de uma feira de tecnologia. Entre eles estão Álvaro Damião Vieira da Paz, prefeito de Belo Horizonte; Cícero de Lucena Filho, prefeito de João Pessoa; e Welberth Porto de Rezende, prefeito de Macaé (RJ).
O grupo deveria retornar ao Brasil no dia 20 de junho, mas ainda não há uma data definida. O espaço aéreo de Israel está fechado em meio a uma escalada de tensões com o Irã, com explosões registradas em Tel Aviv, Jerusalém e outras cidades.
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Nesta segunda-feira, a Confederação Nacional dos Municípios confirmou que uma comitiva com 12 políticos e representantes brasileiros deixou Israel e chegou à Jordânia. Segundo as atualizações, o grupo ultrapassou a fronteira terrestre de ônibus.
Mais cedo, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, explicou que o grupo é formado por 12 pessoas. Segundo o parlamentar, a comitiva era inicialmente formada por 13 políticos e representantes, mas uma pessoa desistiu em razão dos bombardeios no trajeto. A informação que o senador tem é que, da Jordânia, nove brasileiros vão se deslocar pra Arábia Saudita.
O que diz o Itamaraty
Em nota no último sábado (14), o Itamaraty informou que a embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as delegações brasileiras. O Ministério das Relações Exteriores fez gestão junto ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para que ambos os grupos tenham garantias de segurança e possam retornar ao Brasil assim que as condições naquele país permitirem.
“O secretário de África e Oriente Médio manteve contato telefônico com seu homólogo da chancelaria israelense, ocasião em que pediu tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras. Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre”, diz a nota.
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O NSC Total questionou um posicionamento atualizado sobre a situação dos brasileiros em Israel, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
O que diz a Prefeitura de Florianópolis
Na tarde desta segunda-feira (16), a Prefeitura de Florianópolis disse, em nota, que “está em contato constante com a vice-prefeita da Capital, Maryanne Mattos, para acompanhar a situação de sua estadia em Israel”.
“No momento ela permanece na cidade de Kfar Saba (a 26 km de Tel Aviv), em local seguro, adotando todos os protocolos necessários, e sendo acompanhada pelo programa responsável pela visita das autoridades ao país. A equipe designada está sanando todas as dúvidas e orientando os participantes da formação no que for necessário, inclusive acerca das possibilidades de retorno ao Brasil”, reiterou.
O que diz a Prefeitura de Joinville
A Prefeitura de Joinville também afirmou, em nota, que “tem acompanhado de forma permanente, diretamente com o secretário Paulo Rogério Rigo, as condições de sua permanência em Israel.”
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“Todo o suporte de infraestrutura, hospedagem e alimentação seguem sendo fornecidos pela organização da missão. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil e de Israel já acompanham com prioridade a possibilidade de retirada dos integrantes da missão, quando houver a garantia de segurança para a operação. Enquanto isso, as aulas do curso foram retomadas, tendo continuidade a programação formativa proposta”, finalizou.
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