
Emoção
Marcelo Silveira contou que estava no limite da exaustão quando pediu ajuda
A ida de Marcelo Silveira para o trabalho começava cerca de duas horas antes do início do expediente. Na mochila, ele pendurava o paletó que usaria em serviço e partia a pé no trajeto de 7,5 quilômetros que separam a sua casa do shopping onde atua em Balneário Camboriú. Após 16 dias de caminhadas no sol e na madrugada, o corpo chegou ao limite da exaustão. Marcelo então viu numa barreira de trânsito a chance de buscar ajuda. Tomou coragem e pediu uma bicicleta — usada, velha, qualquer que fosse — aos policiais.
Natural de Porto Alegre, Marcelo mora em Itajaí. A caminhada, relata, não foi uma opção. Sem dinheiro para abastecer o carro ou pagar a passagem do transporte coletivo, ele viu como saída ir a pé. O vigilante conta que o dinheiro da família é gasto com aluguel e as despesas com remédios para o tratamento da esposa, que sofre com problemas de saúde.
— Eu estava no meu limite físico. O dia anterior tinha sido muito cansativo e eu estava ainda na metade do caminho. Cada passo era uma tortura — contou o vigilante.
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Quem o atendeu foi o soldado da Polícia Militar Thiago Maia. Marcelo acredita que um anjo o colocou em seu caminho. Ao ouvir o relato do vigilante, Maia compadeceu. Junto a dois colegas, o soldado William Carvalho e o sargento Joaquim Tarcísio, se mobilizou para comprar uma bicicleta.
— Eu me desloquei até um bicicletário no bairro São Vicente, falei com o dono da loja, expliquei do que se tratava. [...] A ‘bike’ foi comprada, os dois policiais que estavam comigo me ajudaram a pagar e no próximo serviço a gente foi ao shopping entregar — lembrou Maia.
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Adquirida a preço de custo, a bicicleta foi entregue na última quinta-feira (18) no estacionamento do shopping. O vídeo emocionante viralizou em poucos minutos nas redes sociais. Emocionado, Marcelo não acreditava ter ganhado o item ainda novo, com freios, marchas e tudo mais saído de fábrica.
Muito agradecido, Marcelo relata que o tempo de deslocamento para o trabalho agora leva cerca de 40 minutos. O paletó segue pendurado na mochila que o acompanha ao trabalho, mas agora sem que os pés se cansem antes mesmo de completar o trajeto.
— Eu só tenho a agradecer a Deus, a Polícia Militar, às pessoas que colaboraram com eles para que essa bicicleta estivesse nas minhas mãos — completou Marcelo.
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