O pedido de impeachment contra o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), foi aprovado pelos deputados estaduais na noite desta quinta-feira (17). O processo teve 33 votos favoráveis contra apenas 6 contrários, além de uma abstenção. O processo contra a vice-governadora, Daniela Reinehr, também foi aprovado em votação mais cedo na Assembleia Legislativa (Alesc). Eram necessários pelo menos 14 votos contrários para que o processo fosse arquivado.

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Com a decisão dos deputados, Moisés e Daniela ainda não são afastados do cargo. Agora, o processo segue para a análise de uma comissão mista, com cinco deputados e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ-SC). É esta comissão que vai decidir, primeiro, se afasta temporariamente o governador e a vice e, em uma segunda votação, se aprova o impeachment.

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O pedido de impedimento acusa o governador e a vice de crime de responsabilidade por fazer uma equiparação salarial de procuradores do Estado à mesma faixa salarial dos procuradores da Alesc. Durante a votação, no entanto, a maioria dos deputados levantou outros motivos para a decisão, como a falta de comunicação entre o governo e a Alesc e o caso dos respiradores que custaram R$ 33 milhões.

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A sessão extraordinária começou por volta das 15h no plenário da Alesc, em um ambiente sem protestos e quase nenhuma presença de público. O primeiro a falar foi o advogado Leandro Maciel, que representava os autores da denúncia que motivou o processo de impeachment.

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Como a votação foi dividida em duas, uma para Daniela e outra para Moisés, os advogados de defesa da vice-governadora tiveram o primeiro espaço para fala, antes da defesa do governador. Ambos questionaram a existência do crime de responsabilidade citado na denúncia.

Na sequência, deputados representantes das 13 bancadas da Alesc tiveram até uma hora para discursar em nome dos partidos. A maioria das falas teve tom contrário ao governo, defendendo o processo de impeachment. Após a votação do processo contra a vice-governadora, que ocorreu às 19h e teve placar de 32 votos favoráveis contra sete contrários ao prosseguimento do impeachment, uma nova rodada de discursos ocorreu por mais uma hora até o início da votação sobre Moisés.

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Segundo o autor do pedido de impeachment, Ralf Zimmer Junior, o reajuste dos procuradores seria ilegal e também não poderia ter sido feito por decisão administrativa, como ocorreu, mas somente por projeto de lei. A alegação é de que isso teria representado prejuízo mensal de cerca de R$ 700 mil ao Estado nos meses em que ficou em vigor, entre outubro de 2019 e maio de 2020.

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A defesa do governador alega que não existe fundamento jurídico no pedido e que não houve participação de Moisés e Daniela no ato administrativo.

Placar da votação do impeachment contra Carlos Moisés:

Sim: 33 votos

Não: 6 votos

Abstenção: 1

MDB

Luiz Fernando Vampiro: Sim

Ada de Luca: Sim

Fernando Krelling: Sim

Jerry Comper: Sim

Mauro de Nadal: Sim

Moacir Sopelsa: Sim

Romildo Titon: Sim

Valdir Cobalchini: Sim

Volnei Weber: Sim

PSL

Sargento Lima: Sim

Ana Campagnolo: Sim

Coronel Moccelin: Não

Felipe Estevão: Sim

Jessé Lopes: Sim

Ricardo Alba: Sim

PSD

Kennedy Nunes: Sim

Ismael dos Santos: Sim

Marlene Fengler: Sim

Milton Hobus: Sim

Júlio Garcia (presidente): abstenção

PL

Ivan Naatz: Sim

Marcius Machado: Sim

Maurício Eskudlark: Sim

Nilson Berlanda: Sim

PT

Fabiano da Luz: Sim

Luciane Carminatti: Sim

Neodi Saretta: Sim

Padre Pedro Baldissera: Sim

PP

João Amin: Sim

Altair Silva: Não

José Milton Schaeffer: Não

PSB

Nazareno Martins: Sim

Laércio Schuster: Sim

PSDB

Marcos Vieira: Sim

Vicente Caropreso: Não

Novo

Bruno Souza: Não

PCdoB

César Valduga: Sim

PDT

Paulinha: Não

PSC

Jair Miotto: Sim

Republicanos

Sérgio Motta: Sim

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