Santa Catarina teve um final de semana típico. Sol, pessoas nas praias, movimento nas ruas, trânsito. Isso tudo seria praticamente perfeito se não fosse um importante ponto: o Estado vive o pico do coronavírus. Inversamente ao cenário que se desenhou, estamos numa época atípica. Os casos crescem dia após dia. A capacidade de leitos de UTI diminui, as mortes sobem. Diante do cenário do sábado e domingo, o governo do Estado e as prefeituras não podem ficar inertes e nem se omitir. Lidar só com o bônus das liberações foge da responsabilidade esperada das autoridades.

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Florianópolis terá novas restrições por coronavírus; reuniões definem ações

É impossível que o governador e os prefeitos não tenham sido impactados pelo quadro do final de semana no Estado. Enquanto as estatísticas da secretaria de Saúde apontam para um lado, o cenário nas ruas é outro. A ação é necessária para que a responsabilidade sobre os números não fique exclusivamente com as pessoas. Parte do que foi construído desde 17 de março a partir do decreto do governador Carlos Moisés da Silva, com resultados positivos, pode ser colocado fora caso não seja retomado o controle.

Cabe às autoridades o comando do combate ao coronavírus, mesmo que os catarinenses também tenham sua parcela no comportamento. A fiscalização, por exemplo, precisa melhorar. Especialistas e a própria secretaria de Saúde do Estado afirmam que passamos por um momento delicado. Com as liberações econômicas das últimas semanas a quantidade de pessoas nas ruas aumentou. E o vírus segue circulando.

Na Grande Florianópolis os números têm preocupado nos últimos dias. A curva de casos confirmados vem subindo, segundo estatísticas monitoradas pela prefeitura da Capital. Mesmo assim, imagens de pessoas nas praias circularam pelas redes sociais. O resultado foi a decisão do prefeito Gean Loureiro de fazer novas restrições.

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Esta semana será decisiva e importante para a retomada do controle da doença. Por isso é que a ação do governo e das prefeituras é fundamental. Afrouxar a fiscalização e as restrições neste momento de pico da pandemia tende a agravar o atual cenário construído justamente com isolamento e regras rígidas desde março.

Isolamento

Com o longo período de isolamento, torna-se difícil de controlar o comportamento das pessoas. Inclusive, é compreensível a necessidade de sair de casa. Mas o problema está justamente na forma com que isso tem sido feito. Em São José, na Grande Florianópolis, 12 estabelecimentos foram fechados entre a noite de sexta-feira e madrugada de sábado por descumprirem regras sanitárias. Além disso, cabe às pessoas contribuir com o novo momento.

A economia precisa girar, mas também dentro dos cuidados para que o coronavírus não continue afetando ainda mais, tanto a saúde das pessoas como os empregos. Ao decidir por eventuais restrições, autoridades vão levar em conta o cenário mais evidente, de descumprimento das regras. Isso pode fazer com que o empresário que segue as regras e toma os cuidados também seja punido.

A busca por mais fiscalização e controle da doença tem como principal objetivo justamente a manutenção de rotinas que evitem o “abre e fecha” já visto em outros lugares do país. As rotinas precisam ser retomadas, mas deve haver a consciência de que, pelo menos num primeiro momento, não será tão simples como antes.

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