A 2ª Mostra Laboral do sistema prisional brasileiro trouxe o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a Santa Catarina nesta quinta-feira. Ele esteve em Florianópolis, no Centro de Eventos, Luiz Henrique da Silveira, durante uma hora pela manhã. A vinda de Jungmann foi um pedido dos secretários de Justiça reunidos no evento desde terça-feira.

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A organização do evento abriu um brecha na programação para que o ministro pudesse falar. E, durante o pronunciamento, Jungmann avaliou o atual cenário de segurança pública no país sob a ótica do planejamento do governo federal. Antes de entrar a fundo no assunto sistema prisional, fez um breve comentário sobre a importância e as dificuldades da área:

— O sistema penitenciário brasileiro é o que me tira o sono hoje.

Entre os desafios da segurança, Jungmann citou os problemas sociais enfrentados pelo país. Diante disso, argumentou, enxergou a necessidade da atuação de uma câmara intermenisterial recém-criada para atender a população das áreas mais vulneráveis.

— Que fique claro que precisamos ter grande política de promoção social, sobretudo para a população mais vulnerável.

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Ao analisar o sistema prisional do país, lembrou inicialmente do decreto assinado pela presidente da República em exercício, ministra Cármen Lúcia, que cria uma cota para presos e egressos em empresas contratadas pela União. Uma das principais críticas ao projeto foi citada por Jungmann, de que o governo deveria pensar nos trabalhadores a procura de emprego e não nos apenados. Segundo ele, antes de ser um preso, o cidadão também era um trabalhador que poderia estar desempregado. 
Por isso, o ministro elogiou a Mostra Laboral que ocorre na Capital:

— Essa feira é uma luz, ela me emociona. 

Jungmann ainda entrou em um tema polêmico para Santa Catarina: a restrição dos municípios para a construção de novas unidades prisionais. Os recursos, conforme o ministro, existem, mas não há liberação para as obras. Ele ainda citou as dificuldades impostas pelos órgãos controladores como o Tribunal de Contas da União (TCU).

— Temos condições de construir unidades em seis meses. Nossa média no país é dois anos.

A construção de uma penitenciária federal em SC, inclusive, esbarra nessas dificuldades, de acordo com Jungmann.

Ao final do evento, o ministro disse que pretende vir ao Estado novamente para conhecer outras práticas de trabalho nas unidades prisionais. No país, a média de presos trabalhando em presídios é de 12%, enquanto em SC é de 31%.

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