O governo federal tem a obrigação de aprimorar o cruzamento de dados para as próximas fases do auxílio emergencial. É verdade que implementar em tempo recorde um programa desse tamanho, direcionado em especial para trabalhadores informais, é algo inédito. Mas também é fato que há mecanismos eficientes para filtragem, desde que sejam levadas em consideração informações da Receita Federal, da Previdência e de demais programas sociais.

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Se o Tribunal de Contas da União (TCU) conseguiu identificar mais de 600 mil inconformidades, também o governo tem condições de identificar os cadastros podres com antecedência. Tem razão o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, quando afirma que não existe programa imune a fraude. Segundo ele, os índices de erros no Brasil são baixos diante do número de beneficiados. Mas isso não quer dizer que os órgãos de controle tenham que se conformar.

A estrutura de fiscalização no Brasil ampliou a sua estrutura porque o cidadão exige o combate à corrupção. É fácil, no entanto, apontar o dedo para Brasília e exigir comportamento exemplar das autoridades, quando o malfeito está entranhado no coração de uma classe média egoísta. O deboche da mulher que pegou dinheiro do auxílio emergencial para trocar de carro é a cara de uma sociedade que ainda precisa evoluir muito. Os índices de corrupção no Brasil só vão reduzir quando todos entenderem que o dinheiro público tem dono.

Na corda bamba

Desgastado no meio acadêmico e alvo de chacota da oposição, o novo ministro da Educação está por um fio. Carlos Alberto Decotelli corrigiu o próprio currículo duas vezes desde que foi confirmado para assumir a pasta. A cerimônia de posse, que estava marcada para hoje, foi adiada. Partidos do centrão já estão de olho no cargo. Vale perguntar por onde andava a Abin, que não foi capaz de alertar o presidente da República sobre as inconsistências no currículo de Decotelli.

> Indicado para Educação, Carlos Decotelli nega plágio em mestrado e garante: “sou ministro”

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De volta

O nome de Mendonça Filho (DEM) voltou a circular em Brasília como sugestão de próximo candidato ao comando do MEC. Ex-deputado e sem mandato, ele esteve à frente da pasta no governo Temer. Neste caso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seria o padrinho.

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