Estudo divulgado nesta quarta-feira mostra que a agropecuária lidera a economia verde em Santa Catarina com 90% do total do Produto Interno Bruto (PIB) do setor, seguido pelos serviços com 15% e a indústria por 10% dos respectivos PIBs. O cálculo foi feito pela Secretaria de Estado de Planejamento com o PIB de 2021 que totalizou R$ 350 bilhões a preços básicos (excluindo os impostos), o que apurou uma economia verde de aproximadamente 20% do PIB total, entre R$ 63,5 bilhões e R$ 67 bilhões. O governador Jorginho Mello informou que a partir de agora serão definidas outras ações e uma delas pode ser a venda de créditos de carbono na bolsa de valores, a B3.
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– A gente tem intenção de remunerar o pequeno agricultor pelo que ele já preserva, pelo que ele já cuida da sua propriedade mantendo as fontes de água, os córregos e a mata. Ele não tira nada da sua propriedade porque já tem essa consciência. Somos um estado pequeno em território, 1% da área do país, mas a sexta maior economia. Temos 40% do nosso território completamente preservado afora pastagens. Somos um estado que cuida da natureza, mas a gente quer ter esse ativo a nosso favor para que conseguir, daqui a pouco, ter a capacidade de vender crédito de carbono na bolsa de valores para quem polui – afirmou o governador Jorginho Mello.
A avaliação sobre a economia verde de Santa Catarina foi feita considerando mais de 1,3 mil Classificações Nacionais de Atividades Econômicas (CNAEs), com base em metodologia adotada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Segundo a Seplan, além do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de 2021, foram utilizados para fazer o estudo o Censo Agropecuário de 2017 e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2021.
Imagens de autoridades no lançamento do estudo sobre economia verde de SC:
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O setor agropecuário liderou porque do total do seu PIB de R$ 23,43 bilhões, R$ 21,16 bilhões (90%) foram considerados economia verde. Esse grupo de atividades, segundo a RAIS, tinha 439 mil empregos verdes, sendo 57% de todos os empregos verdes do Estado em 2021.
Em segundo lugar na geração de economia verde em SC ficou o setor de serviços. Dos R$ 214,66 bilhões do PIB do setor, R$ 33,11 bilhões foram de economia verde. Esses setores geraram 279 mil empregos diretos, sendo 36% de todos os postos de trabalho verdes do estado no período.
Ainda segundo o estudo, a indústria respondeu por 10% da economia verde de Santa Catarina. Do total de R$ 87,88 bilhões do PIB industrial, R$ 9,24 bilhões são de economia verde, com 55 mil empregos diretos, representando 7% do total.
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– A ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu quatro linhas gerais para essa economia: redução de riscos ambientais, minimizar a escassez ecológica, o bem-estar e a equidade social. Na sequência, como a gente utilizou o estudo da Febraban, a gente trouxe para a nossa realidade três pilares principais que caracterizam a economia verde, que são a baixa emissão de carbono, a eficiência do uso dos recursos e a inclusão social – explicou o secretário de estado de Planejamento, Edgard Usuy.
A diretora de Políticas Públicas da Seplan, Larissa Roberta Borges, observou que nesses três pilares o agro se destaca. O setor tem baixa emissão de carbono e também faz sequestro de carbono. E no social a agropecuária é mais inclusiva porque gera mais postos de trabalho do que a indústria. Segundo ela, a produção de fumo não foi incluída como economia verde em SC.
– Esse estudo foi para ter uma ideia do que Santa Catarina já tem em economia verde. Essa mostra apresentada dá a cara da economia verde no estado. Já estamos fazendo algo muito bom, como é o caso da agricultura. E já aponta dados que a gente deve, com mais assertividade, desenvolver políticas públicas adequadas para melhorar a economia verde – afirmou o secretário de Estado de Meio Ambiente e Economia Verde, Guilherme Dallacosta.
O estudo liderado pela Seplan, teve participação das secretarias de Meio Ambiente e Economia Verde, Agricultura, da empresa InvestSC (SCPar) e do Instituto do Meio Ambiente do estado (IMA).
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O evento desta quarta-feira, realizado no Centro Integrado de Cultura (CIC) teve a participação de lideranças empresariais, entre as quais o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar; o presidente da Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc) Elson Otto, e a presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas de SC (Fampesc), Rosi Dedekind.
Ao falar com a imprensa, o governador fez questão de afirmar que o avanço em políticas ambientais para colocar o estado na vanguarda da economia verde está no programa de governo dele. Isso foi abordado também pelo presidente da Fiesc. Segundo ele, a entidade já falou com o governador sobre a importância de SC ser o estado mais verde do Brasil.
– Como falei aqui no evento, o principal destino das exportações catarinenses é o mercado dos Estados Unidos. Em segundo lugar está a Europa. São países que exigem essa questão do balanço energético, de as empresas serem NET Zero. Isso é fundamental. A nossa indústria está fazendo o dever de casa. Vender para essas regiões já é um demonstrativo de que estamos cumprindo esse papel – disse Mario Cezar de Aguiar.
Segundo o industrial, diversas empresas têm desenvolvido projetos importantes na área de preservação ambiental. Ele citou o exemplo da multinacional Tupy, de Joinville, que está transformando dejetos de animais, que são um problema ambiental, numa solução de geração de energia. Medidas assim são importantes e merecem algum incentivo do setor público, observou ele.
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