Mulheres são reconhecidas pela capacidade de desenvolver multitarefas – cuidar da família e do trabalho – e seguir avançando em carreiras desafiadoras, em especial no mundo dos negócios. A empresária do setor de tecnologia e consultora, Cláudia Rosa, reconhecida como uma das maiores investidoras-anjo do Brasil, diz que as mulheres agregam muito para empresas e têm potencial para se destacar em diversas carreiras, entre as quais a de tecnologia.

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– As mulheres agregam muito com suas visões diversificadas, habilidades multitarefas e capacidade de pensar em comunidade – diz a empresária em entrevista para este Dia Internacional da Mulher.

Administradora que começou a carreira trabalhando na consultoria PwC e depois na IBM, Cláudia Rosa, mãe da Fernanda, de 20 anos, e da Paulinha de 15 anos, se destaca pela trajetória empreendedora. Começou investindo em e-commerce, depois ingressou no setor de tecnologia, com o destaque como investidora anjo.  

Além disso, ela fundou e lidera o podcast Ela Investe!, que fomenta o empreendedorismo feminino e a diversidade no mercado de startups, é Shark convidada da 9ª temporada do Shark Tank Brasil, é colunista da Exame, Palestrante, integra o Mulheres do Brasil e outras entidades. Tem vindo para Florianópolis onde é investidora em startups e iniciou uma colaboração com o prefeito Topazio Neto para atrair mais capital ao setor de tecnologia do município. Saiba mais na entrevista a seguir:

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O Dia Internacional da Mulher é uma data para destacar prioridades para as mulheres em várias áreas. Na economia, o que você avalia que as mulheres podem fazer para avançar mais?

– As mulheres, cada vez mais, estão ocupando espaços que antes eram liderados por homens. E quando falamos principalmente dessa parte, eu acho que a mulher tem um espaço enorme para ocupar. E quanto ao Dia Internacional da Mulher, é uma data tão importante para a mulher quanto para a sociedade como um todo. Tem muitos homens e muitas empresas ainda lideradas por homens que precisam ainda trabalhar esses vieses inconscientes. Então, eu acredito muito no potencial da mulher nesses fatores.

Você é uma das maiores investidoras-anjo do Brasil, investidora em startups e também conselheira do setor de tecnologia. Como avalia a participação das mulheres nesse setor e como elas podem se inserir mais?
– Sobre a questão de mais mulheres no ecossistema de startups e empreendedorismo considero isso extremamente importante. Hoje, se olharmos para o ecossistema como um todo (a economia geral), vemos que mais de 50% dos CNPJs são de mulheres. Ou seja, as mulheres já lideram o empreendedorismo de modo geral. Muitas empreendem por necessidade porque precisam realmente criar um negócio para sustentar a família. Isso é um fato, e no Brasil isso é muito forte.

Quando falamos em startups, temos uma média de apenas 20% de mulheres porque esse setor está fortemente ligado à tecnologia, que historicamente tem mais participação masculina. Então, para termos mais mulheres nesse ecossistema de tecnologia, precisamos realmente criar e incentivar programas que tragam mais mulheres – tanto mulheres em geral quanto mulheres negras, promovendo a inclusão de forma ampla.

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Para aumentarmos essa participação, precisamos ter voz, criar voz e oferecer oportunidades. Cada mulher que consegue chegar ao topo, alavanca e trabalha com outras mulheres, ajuda a fortalecer esse movimento. Temos percebido esse crescimento porque, de fato, as mulheres vêm se apoiando mutuamente, o que tem ajudado muito esse mercado.

O que você recomenda, por exemplo, para meninas que estão definindo sua carreira profissional. Vale a pena ingressar na tecnologia, área em que você se tornou uma investidora de destaque?

– Eu recomendo que as meninas participem realmente da área de tecnologia. Quem ainda não estiver, que busque mais conhecimento, principalmente quanto à inteligência artificial (IA). A inteligência artificial é o que molda agora o nosso futuro. Temos uma grande oportunidade aí em quem todo mundo está avançando, tanto homens quanto mulheres, meninas e meninos. Então, por que não as meninas também conhecerem mais?

As meninas precisam trabalhar mais nessa parte de tecnologia que é tão importante. Há alguns anos, segmentávamos o que era processo, o que era tecnologia. Hoje, tudo é tecnologia. Hoje, não falamos de uma empresa ou de um negócio sem falar de tecnologia.

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E para as meninas que estão chegando agora, que realmente são a nossa próxima geração, eu defendo muito essa tese: o conhecimento e o aprofundamento em temas como inteligência artificial e tecnologia como um todo farão total diferença para elas no futuro. Isso é muito importante mesmo.

Há muito espaço tanto para meninas quanto para meninos, mas para as nossas meninas, ainda mais, porque sempre falamos de hard skills e soft skills, e as mulheres têm uma vantagem em relação às soft skills. Por mais que estejamos falando de tecnologia, que pode ser uma hard skill em muitos aspectos, ainda assim precisamos da humanização.

Eu acredito que as meninas têm uma vantagem competitiva enorme quando falamos de tecnologia, porque precisamos da humanização, e isso está na essência das mulheres. Então, recomendo, sim, que as meninas busquem especializações e aperfeiçoamento, pois isso fará total diferença no futuro delas – e no nosso também.

Você é uma das coautoras do livro recém-lançado “Elas no Conselho!” sobre a atuação de mulheres em conselhos de administração de empresas. Que mensagem você passou nessa obra?

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Quando falamos de mulheres em conselhos, ainda somos minoria, seja em conselhos de administração ou consultivos. Até alguns anos atrás, muitas das mulheres nesses cargos eram herdeiras ou esposas que acabavam assumindo posições em conselhos. Isso tem mudado, e precisa continuar mudando.

Acredito que essas herdeiras têm, por direito, seu espaço como conselheiras e, muitas vezes, estudaram e se prepararam para isso, tornando-se excelentes profissionais. Mas, no modelo corporativo como um todo, ainda há muito espaço para mulheres. Atualmente, cerca de 80% dos conselhos são formados por homens.

Por outro lado, as mulheres têm se preparado cada vez mais: hoje, há diversos cursos para conselheiros, e as mulheres têm uma participação significativa nesses programas. Atualmente, já vemos um número maior de mulheres ocupando cargos em conselhos, tanto de administração, quanto consultivos.

Mas as organizações precisam ir além de simplesmente incluir mulheres nos conselhos; precisam trabalhar a diversidade de forma ampla. Afinal, as mulheres agregam muito com sua visão diversificada, habilidades multitarefas e sua capacidade de pensar em comunidade. O impacto que uma mulher pode trazer para um conselho muitas vezes é imensurável, e as empresas têm começado a reconhecer esse potencial.

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Apesar disso, ainda é pouco. O movimento de inclusão feminina nos conselhos avança lentamente. Por isso, as mulheres não podem apenas esperar que as oportunidades apareçam. Elas precisam buscar ativamente esses espaços e se posicionar para ocupar os lugares que merecem. Se uma empresa não abre espaço para uma mulher, talvez seja hora de ela buscar outra oportunidade.

Tenho visto muitas mulheres que poderiam ser CEOs, mas que, ao verem homens sendo escolhidos no lugar delas, pedem demissão e buscam novas oportunidades no mercado. Muitas dessas profissionais acabam assumindo cargos de liderança em outras empresas, e essas novas organizações se beneficiam imensamente ao contar com mulheres preparadas para esses desafios. Nada vem de graça; é preciso trabalhar e buscar ativamente essas oportunidades.

O que pesquisas mostram sobre resultados de empresas quando mulheres estão na liderança?
– Os indicadores mostram que quando mulheres ocupam cargos de CEO, CFO e C-Level (presidência ou diretorias), empresas têm um aumento, em média, de 21% maior no faturamento. Esse é um número concreto, que demonstra impacto real em termos de receita e resultado.

Já sobre participação de mulheres em conselhos ainda não temos estatísticas tão detalhadas, mas sabemos que a presença feminina nesses espaços é significativa e agrega valor em diversas frentes dentro das organizações.

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Você foi premiada por ser a maior investidora-anjo do Brasil. Essa é uma atividade diferenciada, que envolve gestão e risco. Como você entrou nesse mundo e como está atuando hoje?
– Eu entrei nesse meio porque também era empreendedora. Durante alguns anos, vivi os desafios de empreender e compreendi as dificuldades, especialmente para as mulheres, no acesso a crédito. A realidade é que, ainda hoje, as mulheres enfrentam muitas barreiras para conseguir financiamento. Além disso, eu já atuava como mentora para muitas empreendedoras. Eu tinha minha própria vivência como empreendedora e também acompanhava de perto a realidade de outras mulheres no mercado.

Foi então que busquei conhecer mais sobre o setor de investimento anjo. E algo que me chamou a atenção foi a possibilidade de não apenas investir, mas também ajudar outras mulheres a se destacarem no ecossistema de startups. Um dos meus principais motivadores foi justamente essa ideia de promover mais inclusão, incentivando mulheres a liderarem startups e também se tornarem investidoras.

Ao iniciar meus investimentos, percebi que o investimento anjo vai muito além do aporte financeiro. Trata-se de um investimento de risco, pois o retorno só acontece quando a empresa é vendida ou recebe um aporte maior, que exige a saída dos primeiros investidores. No entanto, o maior diferencial é o valor agregado ao negócio.

Eu sempre busquei contribuir para os empreendimentos nos quais invisto. Isso significa entender profundamente o negócio e buscar formas de apoiar tanto os fundadores quanto a empresa em si. Esse apoio pode vir de diversas formas: compartilhando meu conhecimento, conectando a startup com minha rede de contatos, trazendo especialistas para auxiliar no crescimento ou até mesmo indicando clientes.

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Outro ponto fundamental é ajudar os empreendedores a amadurecerem. Muitos não têm experiência em grandes empresas e não conhecem a dinâmica do mundo corporativo. Dessa forma, além de apoiar o crescimento da startup, também trabalhamos no amadurecimento dos fundadores.

Obviamente, não consigo apoiar todas as empresas do meu portfólio, e nem todas precisam desse suporte de forma contínua. Mas para aquelas que necessitam, desenvolvo uma trilha estruturada para ajudar na escalabilidade do negócio. Meu objetivo é garantir que o empreendimento seja rentável e, ao mesmo tempo, que o fundador esteja preparado para liderar essa jornada pelos próximos anos. investimento anjo é um investimento de risco, e nem sempre traz retorno.

No entanto, existe a demanda para que o investidor ofereça o que chamamos de “smart money” – ou seja, um suporte que vai além do dinheiro, incluindo networking e abertura de portas para a startup.Isso torna o processo desafiador, pois lidamos com startups de diversos segmentos e não podemos ser especialistas em todas as áreas. No entanto, o que realmente importa é agregar valor aos empreendedores.

Uma das formas que encontrei para isso foi trazer especialistas para atuarem ao meu lado, seja como membros de um conselho ou em comitês específicos. Isso me permite maximizar o impacto do meu investimento e oferecer suporte qualificado. Para mim, esse é um diferencial na minha forma de atuar. Vejo valor nisso, e os empreendedores que mentoro costumam me agradecer muito, pois percebem o crescimento real que ocorre graças a essa dinâmica de apoio e acompanhamento

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Você já investiu em mais de 100 startups. O que planeja para este ano?
– Eu já investi em mais de 130 startups. E dessas 130 eu já tive alguns exits, que são startups que já foram vendidas ou foram outros fundos que assumiram e nós temos que sair.

Em 2024, investi em oito negócios, o que foi um volume menor em comparação com outros anos.

Para 2025, pretendo investir entre 12 e 15 negócios. Meu foco atual é trazer menos startups, mas agregar mais valor ao mercado, permitindo que essas empresas tenham um maior faturamento e mais oportunidades de serem adquiridas.

Como você analisa questões de desigualdades que persistem para as mulheres, em especial na área econômica?

– Apesar dos avanços, ainda enfrentamos desafios como desigualdade de gênero e acesso a oportunidades, especialmente no crédito. As mulheres têm maior dificuldade para obter financiamento, e essa realidade persiste mesmo após iniciativas durante a pandemia que incentivaram a compra de produtos e serviços liderados por mulheres.

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Outro desafio é a desigualdade salarial. Mesmo no setor financeiro, homens ainda ganham mais do que mulheres exercendo a mesma função. Além disso, há falta de representatividade, especialmente de mulheres negras em posições de liderança. As mulheres têm jornadas diferentes e precisam equilibrar múltiplas responsabilidades.

As empresas devem promover iniciativas para facilitar esse equilíbrio. Felizmente, a representação feminina no setor financeiro está crescendo e deve continuar evoluindo nos próximos anos.

Desses pontos, qual você destaca como importante para impulsionar negócios liderados por mulheres?
– Precisamos de programas mais inclusivos para facilitar o acesso ao crédito para mulheres. Muitas empreendedoras enfrentam dificuldades para conseguir financiamento, e isso não faz sentido, pois as mulheres têm um papel fundamental na economia. Elas geram impacto positivo ao seu redor e fortalecem os mercados onde atuam. Se criarmos iniciativas eficientes, todos sairão ganhando. O Brasil tem uma grande oportunidade de estruturar políticas que beneficiem não só as mulheres, mas a economia como um todo.

Você tem frequentado mais Florianópolis, visitado mais o setor de tecnologia. Quais são as motivações para isso?
– Sempre estive em Florianópolis, mas agora tenho ido com mais frequência porque tenho startups de segmentos diversos na região. Sempre participei da Acate e de eventos no ecossistema local. Recentemente, conheci o prefeito da cidade, Topazio Neto, e percebemos que poderíamos unir esforços para fortalecer ainda mais o ambiente de inovação.

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Não se constrói um ecossistema sozinho; é necessário reunir diferentes players, incluindo executivos, corporativos e o setor público. Com o prefeito, identificamos a possibilidade de implementar iniciativas para atrair mais investimentos e oportunidades de negócios para Florianópolis. A cidade já é a capital nacional das startups, mas queremos potencializar ainda mais esse status, tornando-a referência para outras regiões do Brasil.

O que fez você se tornar uma mulher bem-sucedida nos negócios?

– Primeiro, particularmente, a adaptabilidade. Eu vim de uma carreira executiva muito consolidada, pedi demissão, comecei do zero como empreendedora, fui bem-sucedida. Poderia ter sido mais, mas eu também soube a hora de parar e comecei como investidora anjo praticamente do zero, sem bagagem, sem ajuda, sem histórico, sem nada, com a cara e coragem, basicamente.

Então, a primeira coisa para mim é a adaptabilidade. Tudo isso vai criando, vai te moldando. Então, eu fui moldada com características de mulheres fortes e eu fui olhando também pessoas, tanto homens quanto mulheres fortes, as fortalezas deles. Eu sabia realmente que eu estava no meu caminho.

Segundo, é ter propósito. E meu propósito era realmente buscar algo que fosse transformador, que não fosse só pra mim, mas que eu tivesse um legado. O próprio Ela Investe! é um legado de fomento ao empreendedorismo e à diversidade.

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Trabalhar como investidora não é só ser investidora, é realmente agregar para o mercado, trazer mais mulheres empreendedoras, mais mulheres investidoras, inspirar mulheres, apoiar, seja financeiramente, seja de forma motivacional para dar oportunidades a outras mulheres.

Eu estou aqui para ajudar outras mulheres, inclusive homens, mas muitas mulheres me procuram. Para isso a gente tem que ter visão clara, planejamento, muita resiliência. O

mercado de investimento anjo, que sempre era dominado por homens, hoje está batendo na casa dos 30% de mulheres. Avançamos fazendo conexões.

Como conciliar a carreira com a vida pessoal?

– É um desafio para mim e para todas as mulheres conciliar a carreira com a vida pessoal até porque a nossa jornada é diferente da jornada de homens. Nós temos muitas vezes triplas jornadas para mulheres que têm filhos como eu. Por isso acho importante criar redes de apoio. Isso é fundamental. Filhos estando bem, a mãe está tranquila para trabalhar e a mãe tem um rendimento melhor. Isso é fato. Eu consegui ter isso.

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Um outro fator importante para mim também é que as minhas filhas são participativas desde pequenas. Muitas vezes precisei levá-las para eventos comigo e para eventos que eu não poderia faltar, não poderia deixar de ir ou eu queria muito ir. E as meninas me acompanhavam desde muito cedo. Eu explicava para elas essa dinâmica.

Então, elas cresceram nesse ambiente de realmente me ver batalhando, fazendo e acontecendo de alguma forma. Muitas vezes elas me viram frustradas. Lógico que a frustração faz parte. Então eu sempre comentei com elas. Acredito muito que as minhas filhas vão ser mulheres fortes e bem resolvidas porque eu estou de alguma forma mapeando isso com elas e apoiando, mas eu as deixo completamente tranquilas em relação a tudo que eu trabalho.

Outra questão importante da vida pessoal é procurar equilíbrio. Então fazer esportes é extremamente importante e necessário para as mulheres que empreendem, que trabalham. Para mim, fez total diferença o esporte na minha vida. Ele é um catalisador.

Como a família pode ajudar a mulher ser uma profissional de sucesso?

– O papel da família é fundamental no apoio para as mulheres. Fundamental mesmo. Mas eu acredito que as mulheres, elas têm que deixar a família participar. Elas têm que incluir a família, como eu levo minhas meninas para eventos, por exemplo. Na medida do possível, eu sempre colocava para elas os desafios ou as conquistas.

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Outra coisa. A mulher não precisa carregar tudo sozinha. Quanto mais ela fala e coloca o que ela está vivendo, de alguma forma é importante também a família conhecer. E tem uma questão fundamental hoje em dia que é a saúde mental.

As mulheres têm trabalhado mais, conquistando mais espaços. Mas muitas vezes sofrem com isso por serem muito ocupadas, terem que abrir mão de viagens em família, de buscar os filhos na escola. Não devem ser culpadas por isso.

Antonietas

Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

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